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26/12/2006 - 10h24

Scheidt investe em superbarco e abre "guerra" contra Torben

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GUILHERME ROSEGUINI
da Folha de S.Paulo

Robert Scheidt e Bruno Prada já estão acostumados a comprar novas embarcações, a perseguir o que existe de melhor no mercado para alavancar performances no esporte.

Mesmo assim, estão ansiosos. E não por acaso.

No próximo mês, a dupla brasileira que lidera o ranking mundial da classe star recebe uma novidade que pode alçá-los a um novo patamar na vela. Mais: a aposta marca o ingresso da parceria em uma seara que seus principais adversários sempre dominaram, a das inovações tecnológicas.

Tudo porque, em paralelo aos torneios de 2006, os atletas buscaram um projetista e um estaleiro consagrados para criar um barco exclusivo.

Atualmente, eles velejam em um barco semelhante ao utilizado por Torben Grael e Marcelo Ferreira na campanha vitoriosa dos Jogos de Atenas.

"Vamos disputar uma vaga em Pequim com dois excepcionais competidores. Já era hora de ter um trunfo, um ás na manga", explica Prada.

A preocupação tem fundamento. Apenas um barco representará o Brasil na disputa da star nos Jogos de 2008, e os atuais campeões olímpicos sempre souberam usar o equipamento para ganhar torneios. Desde a década de 80, Torben é parceiro do estaleiro Lillia, da Itália. Sua busca por ajustes que tornam o barco mais eficiente rendeu fama.

Dois anos atrás, por exemplo, apareceu na Grécia com uma quilha (peça estrutural básica do casco) com acabamento computadorizado e velas diferentes das existentes. Venceu de forma acachapante.

"Se ele criar outra inovação, não saberemos até a competição. Já se nós tivermos uma boa idéia e pedirmos para o pessoal do Lillia, o Torben será o primeiro a saber. Agora, temos um fornecedor nosso", diz Prada.

O barco saiu do escritório de Juan Kouyoumdjian, argentino radicado na Espanha e designer de renome internacional --produziu o barco que ganhou a Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo mais importante da modalidade.

A execução ficou por conta do estaleiro Mader, localizado na Alemanha e que dá um tratamento artesanal à produção. O dono, Leonard, é o único que toca nas embarcações. Faz, no máximo, duas por mês.

"Reunimos um trio interessante e disposto a criar algo novo. A um olhar desapercebido, o projeto pode parecer o de um star comum. Mas tudo está diferente: quilha, estrutura, casco, leme. É só testá-lo na água", falou Kouyoumdjian.

O regulamento que rege a classe dá abertura para este tipo de ousadia. A embarcação tem 6,92 m, duas velas, espaço para dois tripulantes e mais de 80 medidas máximas e mínimas. Dentro desse universo, é possível buscar ajustes.

"As regras permitem intervenções importantes, uso de tecnologia de ponta, que diferenciam muito uma embarcação da outra. O equipamento é crucial", disse Kouyoumdjian.

Ele não fala apenas como teórico. Nas horas vagas, o argentino veleja justamente na classe star, criada em 1911 e até hoje considerada uma das mais técnicas e disputadas da vela.

Em torneios, conheceu Scheidt e Prada e fez a proposta para uma parceria. Os detalhes do projeto são mantidos em segredo, bem como o custo do barco. De qualquer forma, empreitadas do tipo nunca são econômicas. Um barco novo da star é vendido por cerca de 30 mil (R$ 85 mil). Para viabilizar as inovações que apresentaram em Atenas, Torben e Ferreira gastaram R$ 160 mil.

O novo barco de Scheidt e Prada será testado em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, no começo de fevereiro.

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