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30/12/2006 - 10h26

Favorito para a São Silvestre, Caldeira encara a ansiedade pré-corrida

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GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

Domingo, às 16h58, Franck Caldeira vai enfrentar os dois minutos mais complicados da Corrida de São Silvestre. Segundo o atleta, é nesse instante que a ansiedade atinge seu nível mais alto e o peso que carrega nos ombros pode se transformar em um incômodo.

A largada da mais tradicional prova de rua do país acontece às 17h. E tem o atleta mineiro, 23 anos, como grande favorito. O posto foi alcançado graças aos mais expressivos resultados obtidos por um brasileiro dentro do país na temporada.

Hoje, ele é o terceiro no ranking nacional da maratona, atrás de Marílson Gomes dos Santos, campeão em Nova York, e Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze em Atenas-2004. Os dois não irão figurar no pelotão de elite no domingo. Ocupa ainda o segundo lugar na lista dos 10.000 m --Marílson também é o líder.

Os feitos foram reforçados com uma preparação especial e um esquema para blindar o corredor dos efeitos negativos do assédio e do favoritismo. Caldeira passou o último mês em Campos do Jordão. Além dos conhecidos efeitos da altitude na preparação dos atletas (ajuda a aumentar a oxigenação do sangue), o objetivo de seu treinador era fugir da poluição.

"Os carros são responsáveis pela emissão dos gases poluentes que mais afetam o desempenho dos atletas'", diz Henrique Viana. "Além disso, ele podia desfrutar o agradável clima da montanha", completa.

O cenário, de fato, não foi escolhido à toa. Nem as companhias. Além de estar ao lado de atletas e treinadores, Caldeira passou o Natal com a namorada, Amanda Gonçalves, 22, que mora em Sete
Lagoas (MG).

"Meu trabalho também é integrar pessoas. Ele é como um filho para mim. Eu preciso dar toda a assistência técnica e psicológica", afirma Viana, que criou um esquema que visa evitar que o cerco da mídia atrapalhe o corredor.

Caldeira tem horários marcados para atender à imprensa, planejados minuciosamente para garantir os intervalos corretos de treinos e descanso. "Em Campos do Jordão, eu atendia de seis a oito telefonemas por dia [de jornalistas]. Temos de conciliar as coisas de forma racional", diz Viana.

A preocupação cresceu neste ano, o melhor da carreira de Caldeira. Ele conquistou provas importantes como a Meia-maratona do Rio e Volta da Pampulha, em Belo Horizonte. Além disso, firmou-se como nome importante do país para a maratona do Pan, em 2007.

A ascensão é admirada não só pelos resultados, mas também por sua idade --maratonistas costumam se destacar quando já ultrapassaram os 30 anos. O início da carreira também foi precoce. Por influência do irmão, começou a correr aos 12 anos. Aos 16, deixava a casa dos pais para viver do atletismo.

"Um campeão da São Silvestre nunca surge do nada. Ele sempre tem rodagem, carreira com outros prêmios, história para contar. Eu estou começando a construir a minha."

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