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31/12/2006 - 09h00

Sem estrelas, edição 2006 da São Silvestre vê invasão sul-americana

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GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

Bayron Piedra Aviles não está preocupado com a ausência de atletas renomados ou com a decadência da São Silvestre. Corredor equatoriano, ele disputa a 82ª edição da prova paulistana após um ano impecável, no qual obteve vitórias em cinco torneios. Nenhuma façanha, porém, retirou-o da condição de anônimo em sua terra natal. Um triunfo neste domingo, explica o atleta, seria capaz de transformar tal situação.

"Para nós, isso aqui ainda é a grande chance da vida. Se os quenianos e os melhores brasileiros não vieram, ótimo."

O uso do plural em seu discurso não é aleatório. Bayron explica que a lista dos que ainda encaram a corrida como mola propulsora para a carreira se estende por todo o continente.

Sem estrelas internacionais, ex-campeões na prova masculina ou nomes famosos do Brasil, como Marilson Gomes dos Santos (campeão da Maratona de Nova York) ou Vanderlei Cordeiro de Lima (bronze em Atenas-2004), a São Silvestre encontra na América do Sul uma importante base de apoio.

Os quenianos, outrora principais integrantes da legião estrangeira que desfila pelas ruas de São Paulo, perderam espaço. Em 2005, eram 18. Amanhã, às 17h, apenas cinco vão largar. Todos têm menos de 25 anos.

O Equador já os superou como maior delegação forasteira na elite. No total, seis atletas do país estão entre os 80 estrangeiros cotados como os melhores pela organização da prova. Bolívia, Peru, Paraguai e Colômbia também têm representantes no grupo.

"Crescemos acompanhando a São Silvestre no último dia do ano. Em meu país, temos exemplos de quem venceu a prova e mudou radicalmente de vida. É esse prestígio que venho buscar agora'", afirma Bayron.

Ele se refere a Rolando Vera, um conterrâneo atarracado que, de 1986 a 1989, foi soberano na competição. De origem humilde, terceiro filho de uma família de seis irmãos, Vera, 1,57 m, recebeu uma casa do governo federal como recompensa por suas conquistas. Mais: com a popularidade adquirida no atletismo, elegeu-se deputado em 1998.

"Fui pedir dicas diretamente ao Rolando antes de viajar para o Brasil. Ele aconselhou empenho porque as estrelas preferiram outras provas e deixaram a disputa aberta", diz Bayron.

Apesar da boa fase, ele aponta o mineiro Franck Caldeira como nome mais cotado para erguer o troféu e embolsar os R$ 21 mil destinados ao vencedor. Acredita, todavia, que colegas da América do Sul vão conseguir espaços no pódio.

Bertha Oliva Rivera, da Colômbia, é uma das candidatas a medalha. Especialista em provas de 5.000 m e 10.000 m, mudou os treinos para se adaptar ao percurso de 15.000 m da São Silvestre. "Deixei outras competições de lado para vir até São Paulo. Tem gente que acha a prova fraca e não se preparou direito. Sorte nossa".

A Colômbia já arrebatou seis vitórias na prova paulistana, todas no masculino. Entre os países sul-americanos, Chile, Argentina e Uruguai também já emplacaram corredores no lugar mais alto do pódio.

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