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13/01/2007 - 10h29

Ituano perde time inteiro e recomeça do zero no Paulista

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LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo

A missão de armar o Ituano para a disputa do Campeonato Paulista, que começa na próxima quarta-feira, foi um desafio de acordo com a mania de grandeza da cidade, que ostenta como ponto turístico "o maior orelhão do mundo".

O rubro-negro de Itu (a 103 km da capital do Estado) precisou recomeçar da estaca zero seu departamento de futebol para esta temporada.

Até a disputa do Brasileiro da Série B de 2006, a gestão do futebol do Ituano estava a cargo do empresário Oliveira Júnior, que deixou o clube e levou junto todos os atletas, inclusive os das categorias de base.

"Quando nos entregaram as chaves da sede, não encontramos bolas, chuteiras, nem sequer um par de meias furadas", narra o vice-presidente da entidade, Edson Osvaldo Tomba. "Mas pendências com a Federação Paulista de Futebol e a CBF e contas eles deixaram, e isso agora está com o nosso departamento jurídico", diz ele.

A relação com o empresário começou a azedar no fim do ano passado. Após o certame da Série B, o clube já esperava o rompimento do contrato -que tinha prazo até 2009.

Com a sede social do clube fechada, a solução foi alugar uma casa no centro da cidade para começar a traçar os planos para o Campeonato Paulista.

O dinheiro usado para a reformulação foi a sobra de um valor que o clube ainda tinha no caixa, referente à transferência do meia Juninho (hoje no Flamengo) do São Paulo para o futebol inglês, nos anos 90.

Ficou definido que o treinador seria Ademir Fonseca, profissional que comandou pela primeira vez o Ituano em 1997, ocasião em que passou de jogador a técnico do clube com a saída de Pepe --e promoveu o clube à primeira divisão.

Cinco anos depois, ele dirigiu o time na conquista do Paulista.
Com pouco tempo para recomeçar tudo e deixar o grupo em condições de disputar o Estadual, a alternativa foi indicar atletas que já trabalharam juntos em outros clubes, para um mínimo de entrosamento.

"Como muitos jogadores já se conheciam de outros clubes, acredito que conseguirão contornar o problema de falta de conjunto. Mas só saberemos no dia do jogo", conta Fonseca.

Ele diz que promoveu até três sessões de treinos em um mesmo dia, para mitigar a dificuldade. Mesmo assim, mostra ceticismo ao comentar as ambições do campeão de 2002 para esta edição do Estadual. 'Pelas circunstâncias, vamos ser os azarões do Paulista, o que vier de lucro será bom.'

Não bastasse a situação complicada do clube, ele ainda teve de enfrentar outros problemas na armação da equipe, que disputou somente dois jogos-treino até o momento.

O primeiro deles, um empate em 0 a 0 com a Caldense, aconteceu quando o elenco do Ituano acabara de iniciar seus trabalhos físicos --os jogadores estavam com "as pernas presas".

No dia do segundo amistoso (1 a 1), contra o São Bernardo, uma tempestade praticamente impossibilitou o confronto.

O terceiro amistoso estava marcado para quarta-feira passada, contra o União São João, mas acabou cancelado na última hora. Na véspera do jogo, diversos jogadores da equipe de Araras passaram a madrugada em uma festa fechada, o que fez sua comissão técnica desistir de enfrentar o Ituano.

Hoje, a equipe tem previsto um confronto contra o Santos na Vila Belmiro.
Apesar dos percalços, o discurso do dirigente é de otimismo. "O Ituano já existia antes da parceria com o Oliveira Júnior e vai continuar existindo depois dela. As dificuldades podem ajudar a resgatar o apoio da torcida, que andava longe do estádio", aponta Tomba.

Nos últimos dois dias, a Folha tentou ouvir o empresário que deixou o Ituano, mas ele não atendeu às ligações, tampouco respondeu os recados.

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