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17/01/2007 - 19h32

Na Javari, início do Paulista é marcado por viagem ao passado

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LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo

A festa de abertura do Paulista oficialmente será logo mais, no Parque Antarctica entre Barueri e Santos. Na prática, o primeiro jogo foi a vitória do Juventus sobre o Rio Branco na Rua Javari por 3 a 0 --partida disputada à tarde, porque o estádio não tem iluminação suficiente para jogos noturnos.

O torcedor que entra no campo da Mooca parece atravessar um túnel do tempo, para dentro da época do futebol em preto e branco. O placar eletrônico não informa as escalações e o sistema de alto-falante, de tão antigo, deixa a voz do locutor oficial rouca. Por outro lado, quase todos os presentes são capazes de ouvir os gritos dos técnicos para seus jogadores, o que gera piadas freqüentes em cima do que diz o técnico visitante.

Lá, até as guloseimas lembram outra época.

Antes de a bola rolar, a figura mais esperada era "seu" Antônio, o vendedor de cannolis ou "línguas-de-sogra".

Doce típico da culinária italiana --e "personagem" de dois filmes da série "O Poderoso Chefão"-- os cannolis são vendidos por ele na Rua Javari há 30 anos. Do presidente do clube, Armando Raucci, 66, até os torcedores mais jovens, todos compram o seu, por R$ 1.

Ricardo Nogueira/FI

Vendedor Antônio satisfaz torcida na Javari


"Vendo entre 180 e 200 por jogo. Hoje, como é o primeiro da temporada, trouxe alguns mais", conta seu Antônio, que conhece vários de seus clientes pelos nomes. Alguns, ele explica, são filhos e até netos de fregueses antigos.

Além de consumir na hora os tubos de massa frita recheados de creme de baunilha e cobertos de açúcar de confeiteiro feitos pelo vendedor e por sua mulher, vários torcedores levam os doces para casa. "Tenho que levar dez para o tio de minha esposa", disse um dos 998 pagantes na tarde de hoje.

A atmosfera de estádio de bairro é narrada por um especialista em contar histórias. Sempre que possível, o escritor Ignácio de Loyola Brandão diz acompanhar as partidas do Juventus na Rua Javari.

"O ambiente daqui é completamente diferente do de outros estádios. É muito divertido, por exemplo, ver os passarinhos pousarem no campo com a partida em andamento. E o curiosos é encontrar sempre as mesmas pessoas", conta ele, que, natural de Araraquara (a 273 km da capital paulista), simpatiza com o Juventus em razão do uniforme grená, parecido com o da Ferroviária.

Quem quiser conferir, tem ainda sete oportunidades de ver o Juventus mandar suas partidas na Rua Javari, quatro delas já marcadas para tardes de sábados --as demais são em rodadas em que ainda não foram definidas as datas.

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