Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/06/2000 - 22h37

Final tenta salvar Paulista da chatice

Publicidade

da Folha de S. Paulo

O fato de ter na decisão dois azarões que valorizaram mais do que os favoritos a disputa e impuseram garra aonde só se via desdém, acabou por tornar menos chata uma competição marcada por destaques negativos e surpresas desagradáveis.

De qualquer forma, o último Campeonato Paulista do milênio entrará para a história como o que adotou o regulamento mais esdrúxulo já visto em um século de competição.

A primeira fase, que teve 60 jogos, se notabilizou pela absoluta falta de competitividade. Dos 12 times que disputaram essa etapa, exagerados 11 se classificaram para a fase seguinte.

Lutar por uma boa performance com vista a uma vantagem futura foi algo totalmente desnecessário, pois independentemente da colocação na primeira fase, todos os times já tinham definido em qual grupo estariam na próxima fase, quando os quatro "grandes" e mais uma equipe da Série A-2 (Botafogo), que ocupou o lugar do lanterna da primeira fase (América, de São José do Rio Preto), entraram na disputa.

O ápice da estranheza se deu na terceira fase do torneio, quando o Palmeiras enfrentou o Corinthians precisando perder para garantir a vantagem de jogar por dois empates nas semifinais. O Palmeiras, como não poderia ser diferente, foi derrotado.

A principal esperança e peça de marketing do presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Eduardo José Farah, para melhorar a qualidade do torneio também fez água.

A dupla arbitragem, testada pela primeira vez na divisão principal de um torneio oficial no país, apareceu como a salvação para aumentar a média de gols, diminuir as faltas e aumentar o tempo de bola em jogo.

Os gols diminuíram (a média caiu de 3,44, no ano passado, para 3,15 por partida) e as faltas se mantiveram quase no mesmo patamar. De fato, o tempo efetivo de bola corrida aumentou, mas muitos jogadores reclamaram que, para isso, os árbitros deixaram de marcar faltas.

Outra novidade foi a aquisição, por uma emissora de televisão, a Globo, dos direitos de publicidade e de metade dos ingressos do campeonato.

A iniciativa empresarial veio acompanhada de um aumento significativo na divulgação do Paulista. Mas, como já vem se tornando uma constante nos últimos anos, o que se viu foram estádios vazios até nos principais clássicos.

No tal jogo em que o Palmeiras precisou perder do Corinthians, quando as duas equipes já estavam classificadas para as semifinais, a FPF fez uma promoção, vendendo os ingressos a R$ 1, mas, nem assim, o Morumbi encheu, muito pelo contrário.

Tudo isso, entretanto, é avaliado apenas no "olhômetro», já que a federação permanece sem divulgar as rendas e o público pagante das partidas.

Para as finais, a FPF voltou a inovar na "caça" ao torcedor: distribuiu réplicas do mascote "Serelepe» (um esquilo) e bolas a quem adquiriu, nas bilheterias do Morumbi, ingressos de arquibancada para a decisão.

Como se fosse pouco, apenas este ano ocorreram três mortes em confrontos de torcedores (dois são-paulinos e um santista), mostrando que a violência entre os grupos organizados continua, apesar de continuarem proibidos de entrar nos estádios.

SANTOS
Carlos Germano; Baiano, André Luís, Claudiomiro e Rubens Cardoso; Anderson, Rincón, Valdo e Robert; Caio e Valdir.
Técnico: Giba

SÃO PAULO
Rogério; Belletti, Edmílson, Rogério Pinheiro e Fábio Aurélio; Maldonado, Vágner, Raí e Marcelinho; França e Edu.
Técnico: Levir Culpi

Local: estádio do Morumbi, em São Paulo
Horário: 16h
Juízes: Paulo César de Oliveira e Sálvio Spínola Fagundes Filho

Leia mais sobre esporte na Folha Online

Discuta esta notícia nos Grupos de Discussão da Folha Online


 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página