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28/03/2007 - 11h20

Pirataria ameaça ganhos do Pan-Americano do Rio-2007

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MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo

O pipoqueiro na praia veste o uniforme oficial dos Jogos. Modelos aparecem em revistas de celebridades com roupas de banho com estampas do Pan.

Os dois casos mostram a popularidade alcançada pelo evento que começa em 13 de julho. Mas também escondem uma ação que mina os bolsos de quem investe na competição e até o orçamento dos Jogos.

A lista de produtos piratas se multiplica a cada dia e fez o comitê organizador (Co-Rio) intensificar seus cuidados.

No fim do ano passado, a entidade contratou um escritório de advocacia de São Paulo para ajudar a identificar pontos de fabricação, distribuição e venda de produtos piratas e, se necessário, acionar a Justiça.

Existem hoje mais de 500 itens licenciados por cerca de 30 empresas. Estima-se que a venda ou a exploração ilegal das marcas e produtos do Pan possa impedir um lucro de até R$ 30 milhões.

"A pirataria não prejudica só o evento. Como a receita da venda é revertida para os Jogos, qualquer perda implica em maiores gastos públicos ou cortes no orçamento", diz Leonardo Gryner, diretor de marketing do comitê.

O advogado Roberto Chamas coleciona casos que vão desde pequenos itens de péssima qualidade até réplicas perfeitas de mercadorias já licenciadas.

Segundo os organizadores, os objetos de desejo dos piratas são camisetas, bonés, cangas, chaveiros e bolas. Há também itens vendidos pela internet. Um montante sem precedentes para o esporte olímpico do país.

"Na Couro Moda [famosa feira de calçados], por exemplo, uma empresa vendia a sandália pirata perto do estande da marca oficial. No aeroporto de Congonhas, achamos cópias do Cauê [mascote]", diz Chamas.

Bonecos do solzinho, aliás, já eram vendidos no Rio antes mesmo de ele ter sido batizado.

Quando localizados, os pontos-de-venda ou fabricação são notificados. Se nada for feito, pode ser movida ação indenizatória. Segundo Chamas, 50% das notificações expedidas resultam em produtos fora das prateleiras. Cerca de 15 ações também já foram movidas.

Desde 2006, o Co-Rio integra o Grupo Regional de Combate à Pirataria, coordenado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). "O grupo foi fundamental para as ações em 2006 e para as futuras ações", afirma Gryner.

A repressão à venda, no entanto, é feita pela Guarda Municipal, pela Policia Civil e pela Receita Federal, entre outros órgãos responsáveis.

Os casos não se limitam ao Rio. Em São Paulo e Minas Gerais já foram vistos itens ilegais. Outros pontos críticos são Foz do Iguaçu (PR) e Vitória (ES).

"Nos portos o controle é complicado porque vários produtos oficiais são produzidos na China", comenta Chamas.

Os piratas até tentaram copiar o selo holográfico criado para aumentar a proteção das mercadorias oficiais.

Além de lesar o bolso das empresas e do Pan, os produtos podem pôr em risco a saúde e a segurança dos consumidores, já que não são fabricados de acordo com as normas.

"Já vimos um pipoqueiro na rua que vendia 'a pipoca oficial dos Jogos', mas ninguém ainda foi credenciado. É preciso conscientizar as pessoas dos malefícios dessas ações", diz Patrícia Gonçalves, superintendente do Instituto Euvaldo Lodi, no Rio, ligado à Confederação Nacional das Indústrias.
 

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