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15/04/2007
-
09h31
EDUARDO ARRUDA
da Folha de S.Paulo
Qual é o perfil de contratação para um clube em situação financeira estável, com patrocinador forte e que ganha dinheiro com a venda de atletas? O São Caetano se fez essa pergunta após a queda para a segunda divisão do Brasileiro no final do ano passado.
E a decisão que tomou levou muitos a acreditar que o clube colocaria de vez uma corda no pescoço e se enforcaria também no Paulista-2007. A estratégia, capitaneada pelo técnico Dorival Júnior, foi completamente oposta ao que vinha sendo traçado pelo time do ABC desde sua meteórica ascensão em 2000 com o vice-campeonato Nacional.
Com bom conhecimento nos clubes das divisões de acesso do Brasileiro, o treinador abriu mão de jogadores badalados e resolveu arriscar somente em atletas desconhecidos, de equipes que buscam a elite, mas que "dessem o sangue" pelo clube.
"Nós temos um grupo formado há apenas 90 dias, com jogadores que vieram de vários lugares, com fome de vencer. Estou satisfeito porque, em pouco tempo, conseguimos um time competitivo'", diz o técnico.
Essa foi a cara dos 15 atletas que chegaram ao clube em 2007. Outros 17, que ajudaram a afundar a equipe, se foram. A mudança radical foi causada por um diagnóstico da diretoria do São Caetano. O clube, que sempre pagou salários altos, tornou-se um porto seguro para algumas estrelas, principalmente aquelas em fim de carreira e em busca de um bom dinheiro e pouca cobrança.
Citam o caso do atacante Edílson, que tinha cláusula em seu contrato que lhe garantia folgas às segundas-feiras. Ou do atacante Müller, que passava mais tempo no departamento médico do que em campo. Ambos são, no clube, exemplos de atletas dispendiosos que não deram retorno algum.
O São Caetano, que deixou de ter o amparo da prefeitura da cidade com a morte de seu patrono, Luiz Tortorello, não perdeu fôlego financeiro. Graças ao patrocínio da Consul, recebe cerca de R$ 10 milhões anuais, cifra semelhante a que é paga pela Pirelli ao Palmeiras.
Mas decidiu fechar a torneira. Ou melhor, apertá-la. Reduziu a folha de pagamento em 50% em relação à equipe do ano passado. E diz ter pago o time semifinalista do Estadual apenas com o empréstimo de Márcio Richardes e com a participação na venda de Fábio Santos ao francês Lyon.
O lateral-direito Paulo Sérgio, veio do Noroeste, o zagueiro Maurício, do Iraty, o volante Luis Alberto, do Bahia, o volante Gleidson, do Paulista, o meia Douglas, do Criciúma, o atacante Luiz Henrique, do São Raimundo. Todos são titulares.
"Eu tenho um grupo de jogadores que abraçaram a idéia de fazer o São Caetano voltar a ser vitorioso. Para mim, o time se resume a uma palavra: comprometimento. Hoje vejo um grupo comprometido com o clube", diz Dorival Júnior.
Apesar do sucesso repentino, o treinador aponta o São Paulo, rival da semifinal do Paulista, neste domingo, como favorito, mesmo tendo sido o único a vencê-lo até agora. "É, ao lado do Santos, o melhor do país. O time tem altura, velocidade e individualidade."
Especial
Leia mais notícias no especial do Campeonato Paulista-2007
São Caetano abre mão de jogadores badalados e aposta na "fome de vencer"
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da Folha de S.Paulo
Qual é o perfil de contratação para um clube em situação financeira estável, com patrocinador forte e que ganha dinheiro com a venda de atletas? O São Caetano se fez essa pergunta após a queda para a segunda divisão do Brasileiro no final do ano passado.
E a decisão que tomou levou muitos a acreditar que o clube colocaria de vez uma corda no pescoço e se enforcaria também no Paulista-2007. A estratégia, capitaneada pelo técnico Dorival Júnior, foi completamente oposta ao que vinha sendo traçado pelo time do ABC desde sua meteórica ascensão em 2000 com o vice-campeonato Nacional.
Com bom conhecimento nos clubes das divisões de acesso do Brasileiro, o treinador abriu mão de jogadores badalados e resolveu arriscar somente em atletas desconhecidos, de equipes que buscam a elite, mas que "dessem o sangue" pelo clube.
"Nós temos um grupo formado há apenas 90 dias, com jogadores que vieram de vários lugares, com fome de vencer. Estou satisfeito porque, em pouco tempo, conseguimos um time competitivo'", diz o técnico.
Essa foi a cara dos 15 atletas que chegaram ao clube em 2007. Outros 17, que ajudaram a afundar a equipe, se foram. A mudança radical foi causada por um diagnóstico da diretoria do São Caetano. O clube, que sempre pagou salários altos, tornou-se um porto seguro para algumas estrelas, principalmente aquelas em fim de carreira e em busca de um bom dinheiro e pouca cobrança.
Citam o caso do atacante Edílson, que tinha cláusula em seu contrato que lhe garantia folgas às segundas-feiras. Ou do atacante Müller, que passava mais tempo no departamento médico do que em campo. Ambos são, no clube, exemplos de atletas dispendiosos que não deram retorno algum.
O São Caetano, que deixou de ter o amparo da prefeitura da cidade com a morte de seu patrono, Luiz Tortorello, não perdeu fôlego financeiro. Graças ao patrocínio da Consul, recebe cerca de R$ 10 milhões anuais, cifra semelhante a que é paga pela Pirelli ao Palmeiras.
Mas decidiu fechar a torneira. Ou melhor, apertá-la. Reduziu a folha de pagamento em 50% em relação à equipe do ano passado. E diz ter pago o time semifinalista do Estadual apenas com o empréstimo de Márcio Richardes e com a participação na venda de Fábio Santos ao francês Lyon.
O lateral-direito Paulo Sérgio, veio do Noroeste, o zagueiro Maurício, do Iraty, o volante Luis Alberto, do Bahia, o volante Gleidson, do Paulista, o meia Douglas, do Criciúma, o atacante Luiz Henrique, do São Raimundo. Todos são titulares.
"Eu tenho um grupo de jogadores que abraçaram a idéia de fazer o São Caetano voltar a ser vitorioso. Para mim, o time se resume a uma palavra: comprometimento. Hoje vejo um grupo comprometido com o clube", diz Dorival Júnior.
Apesar do sucesso repentino, o treinador aponta o São Paulo, rival da semifinal do Paulista, neste domingo, como favorito, mesmo tendo sido o único a vencê-lo até agora. "É, ao lado do Santos, o melhor do país. O time tem altura, velocidade e individualidade."
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