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27/04/2007 - 10h35

Antes da luta com Diaz, Popó encara Don King

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EDUARDO OHATA
Enviado da Folha de S.Paulo a Mashantucket

Acelino Freitas, o Popó, enfrenta Juan Diaz neste sábado pela unificação dos cinturões dos leves da AMB (Associação Mundial de Boxe) e da OMB (Organização Mundial de Boxe). Mas o principal confronto na entrevista coletiva ontem, nos EUA, foi entre o brasileiro e o famigerado promotor Don King, que tem Diaz como contratado.

O que começou com um pedido de Popó para que o promotor doasse sua jaqueta para o Instituto Acelino Popó Freitas terminou com provocações e até mesmo uma "lição de moral" para cima do americano.

"Don King já fez muitas coisas. Ele está no boxe há muito tempo, mas tem uma coisa que ele nunca fez", disse o brasileiro. "Ele nunca fez nenhum trabalho social para ajudar as crianças que andam nas ruas e que precisam de uma chance."

Popó, que é evangélico e ficou emocionado na entrevista, recebeu como resposta uma citação bíblica. "Você quer fazer o mesmo que Dalila fez com Sansão", respondeu King, em alusão ao episódio em que Sansão perde as forças ao ter o cabelo cortado por Dalila.

O promotor do brasileiro, o americano Arthur Pelullo, quase complicou mais a discussão ao questionar se não seria "Jezebel", em vez de "Dalila". Irritado, Popó alertou em tom ameaçador King, sempre às voltas com acusações de pôr seus atletas na miséria: "Já sabia. É um 'não'. Mas Deus está vendo, viu Don King? Botar dinheiro no bolso é fácil, mas dar aos necessitados é difícil".

Um pouco antes, King já havia provocado o brasileiro ao afirmar que chegara a hora de "passar o bastão para Diaz". Além da discussão teológica, Popó cutucou também a competência profissional de King, que chegou a cumprir pena por assassinato, mas que teve os feitos no boxe reconhecidos pelo Hall da Fama do esporte.

"Na última entrevista coletiva, em Nova York, Don King me chamou de lado e disse que mesmo que eu perdesse essa luta [de amanhã], poderia ganhar muito dinheiro se ficasse com ele", disse Popó. "Quero dizer a ele que já ganhei muito e que o dinheiro já foi a perdição de muito campeão por aí."

Durante e após a entrevista, King não pareceu sentir os comentários de Popó. "Bem, ele foi sincero. Eu amo Popó", respondeu ele, ao ser questionado pela Folha sobre o episódio.

Em nenhum momento, o sorriso deixou os lábios de King, que acenava com bandeiras de Brasil, EUA e México para o público que se formou ao redor do púlpito improvisado no cassino que fica na reserva indígena de Mashantucket.

Apesar de estarem juntos na promoção de Popó x Diaz, King e Pelullo já tiveram problemas na Justiça. Pelullo ganhou uma indenização de US$ 5 milhões por um episódio no qual King "cantou" e tomou-lhe um atleta. Foi o então futuro campeão dos pesados John Ruiz.

Ontem, Pelullo não pareceu se importar muito com o assédio de King e até brincou: "Ainda bem que ele [Popó] não pediu a minha jaqueta". A rivalidade entre os promotores está no cartaz do combate. Na luva de Popó aparecem as iniciais AP, e na de Diaz, DK.

O jornalista EDUARDO OHATA viaja a convite da Banner Promotions

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