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07/05/2007 - 10h14

Confederação "torce" por campeão mundial de judô em seletiva do Pan

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LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo, em Belo Horizonte (MG)

No capítulo de domingo do controverso processo seletivo da equipe brasileira de judô para o Pan, a confederação se posicionou praticamente na torcida para que o meio-leve João Derly bata Leandro Cunha nesta segunda-feira, na Copa do Mundo.

"O João é o maior patrimônio do judô atual, e queremos tê-lo na equipe do Pan, mas com justiça", disse Ney Wilson, coordenador técnico da CBJ (Confederação Brasileira de Judô). "Penso que o João vai conquistar a vaga dele."

Ele manifestou sua opinião após o campeão mundial dos 66 kg criticar o processo: "A confederação acabou complicando as coisas", falou Derly, sobre a definição de Tiago Camilo e Flavio Canto como titulares.

Meio-médio, Camilo lutará nos 90 kg, classe acima da sua. Canto, que disputava com ele a vaga dos 81 kg, também vai ao Pan. Com isso, Carlos Honorato, foi cortado dos 90 kg. Em troca, já foi confirmado como titular para o Mundial de setembro, também no Rio.

A decisão trouxe alívio por um lado e preocupação por outro. A CBJ livrou-se do risco de Canto, um dos atletas que tem tido a imagem vinculada aos Jogos cariocas de forma mais destacada, ficar fora do Pan.

Porém, a nomeação de Honorato para o Mundial abre um precedente grave. Mesmo Derly, eleito o melhor atleta de todas as classes no último torneio, não tem vaga certa no campeonato de setembro.

Ele ainda disputa com Leandro Cunha a vaga no Pan. Quem for ouro nos Jogos se classifica para o Mundial --daí a "torcida" de Wilson pelo judoca.

"Deviam ser mais claros os critérios", disse Derly. "Isso dá vazão ao problemas, como o que houve na seletiva para Atenas [Olimpíada de 2004]." Naquele ano, após disputa na Justiça, foi criado nova forma de classificação. Derly perdeu.

Ele disse ainda que ficaria revoltado no lugar de Honorato, que perdeu de Camilo na final dos 90 kg da Copa. "A comissão técnica correu o risco", disse Camilo, sobre o fato de Wilson ter falado no sábado que ele estava melhor que o rival na decisão de ontem.

"Que legal que deu tudo certo, e eu ganhei", disse ele, concordando que seria "estranho" se perdesse de Honorato.

Dúvidas cercam também as outras categorias. O pesado (mais de 100 kg) João Gabriel Schlitter, 22, que abrira ampla vantagem sobre Daniel Hernandes nos torneios europeus, venceu por ippon o rival. Vaga no Pan garantida?

"Não sei. Não sei qual o critério de avaliação para o Pan."

A fala de Schlitter contradiz, outra vez, os cartolas. "Antes da Copa, explicamos os critérios novamente. Perguntei se havia dúvidas ou sugestões, e não se manifestaram", falou Wilson.

Contudo, ele não convenceu os judocas. Há um mês --antes de ficar clara a confusão de critérios--, reservadamente, um atleta comentou que nunca foi escrito um regulamento da seletiva para o Pan justamente para Wilson selecionar, segundo sua convicção, o time.

Especial
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