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18/01/2001 - 22h14

Pelé propõe pacto com a 'banda podre do futebol'

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da Folha de S.Paulo

A coletiva para anunciar a contratação de Pelé como comentarista da PSN, canal de TV paga do fundo que administra Corinthians e Cruzeiro, serviu para ele sugerir uma união geral para salvar o futebol brasileiro.

"Foi o que falei para o presidente Fernando Henrique (na semana passada, em Brasília) e gostaria de repetir para todo mundo ouvir. Vamos esquecer a briga de Pelé, Eurico (Miranda), Koff (Fábio, presidente do Clube dos 13) e Teixeira (Ricardo, presidente da CBF) e trabalhar juntos pelo crescimento do futebol", apelou.

"O futuro do nosso futebol depende disso, de uma união com a banda podre. Se esquecermos o passado, aí pode dar para recuperar (o esporte). A solução é pensá-lo como uma coisa maior, uma coisa macro, dar um tempo e começar de novo."

Para Pelé, do jeito que estão as coisas não podem continuar. "Falido (o futebol) já está, mas (se não for feito o pacto), aí vai morrer mesmo. Os investidores estão fugindo do Brasil (depois que a Lei Pelé foi modificada pelo Congresso, no ano passado)."

Indagado sobre quem formaria a "banda podre", Pelé, que insinuara que ela seria representada pelos dirigentes de clubes e pela Confederação Brasileira de Futebol, não quis dar nome aos bois. "Aprendi a não citar nomes, mas todos que trabalham contra o crescimento do futebol estão do outro lado."

Sobre Eurico Miranda, também foi lacônico, limitando-se a dizer que "a imprensa está levantando as coisas que ele fez de errado".

O discurso do ex-jogador pode ser explicado pela "parceria em alguns projetos" que a Pelé Sports & Marketing, agência de marketing esportivo de sua propriedade, ensaia fazer com a Traffic, do empresário J. Hawilla, a maior do Brasil e principal aliada da CBF.

O acordo de Pelé com a PSN é o primeiro passo do projeto. O canal de esportes pertence ao HMTF, que adquiriu 49% da Traffic, logo depois de ter fechado contrato para gerenciar o futebol do Corinthians.

No início dos anos 90, Pelé, que agora se reaproxima da Traffic, fizera sérias críticas à agência por suas relações com a CBF, que chegou a chamar de promíscuas.

Para Pelé, no entanto, suas acusações fazem parte do passado e, pelo bem do esporte nacional, agora devem ser superadas.

"O próprio presidente (da República) mostrou que estava disposto a esquecer o passado para ajudar o futebol", concluiu o ex-jogador, que ocupou o Ministério dos Esportes na primeira gestão de FHC (1995-1998).
 

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