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02/02/2001 - 20h03

Prefeitura do Rio barra inspetor da FIA no portão de Jacarepaguá

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da Sucursal do Rio

A Prefeitura do Rio de Janeiro barrou hoje o inglês Charles Whitting, inspetor de segurança da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), na porta do autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá (zona oeste).

Acompanhado de representantes da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), Whitting aguardou do lado de fora, por mais de duas horas, a liberação para realizar uma vistoria no circuito. Ontem, ele havia inspecionado o autódromo de Interlagos, em São Paulo, e viajaria ainda hoje para a Europa.

A não-realização da vistoria pode, segundo representantes da CBA, impossibilitar a promoção de provas no autódromo em 2001. O inglês não comentou o assunto.

A Secretaria de Esporte e Lazer da cidade foi a responsável pela proibição. De acordo com o subsecretário da pasta, Alberto Salles, a medida foi uma espécie de represália à suposta arrogância dos dirigentes da FIA.

"Quando conversamos antes, quiseram nos peitar, foram autoritários, então determinei que não entrassem."

Salles disse que o valor do contrato da prefeitura com a Cart, entidade que dirige a Indy, é exorbitante _US$ 5,3 milhões_ e está sendo auditado e reestudado pela Procuradoria Geral do município.

Segundo ele, durante o processo, a prefeitura não pode permitir a entrada de ninguém no local. Ele afirmou também que o autódromo está cedido, desde janeiro, à Sports International Marketing _empresa do ex-piloto Emerson Fittipaldi- e que, por isso, não permitiria a entrada.

Um fax da empresa autorizando a vistoria foi enviado ao grupo, mas a entrada não foi permitida.

Sob o inclemente sol do verão carioca, o inspetor inglês permaneceu todo o tempo imperturbável, dentro de um carro com o ar-condicionado ligado. Durante a espera, Whitting até cochilou.

No calor, seus acompanhantes _suados e irritados_ tentavam contatos telefônicos em busca da liberação para entrar.

"Isso nunca aconteceu em nenhum lugar do mundo. Passamos por uma humilhação diante de uma autoridade internacional", afirmou Édson Novaes, da CBA.

Os representantes da CBA afirmaram que não receberam nenhuma notificação de que não poderiam entrar em Jacarepaguá.

O subsecretário de Esportes e Lazer contestou a versão. "É claro que foram comunicados. Eles me ligaram, e eu disse que não poderiam entrar". Então ameaçaram dizendo que levariam a imprensa para forçar a entrada", afirmou.

De acordo com o presidente da Federação de Automobilismo do Rio, Djalma Neves, a vistoria da pista não tinha nenhuma relação com a prova da Indy de 2001, que corre o risco de não acontecer.

"É uma vistoria de praxe, para a homologação do autódromo. A aprovação da FIA é uma garantia de segurança, mesmo para as provas nacionais. Funciona como uma espécie de selo de qualidade", afirmou o dirigente.

Quando Cesar Maia assumiu a prefeitura em janeiro, substituindo Luiz Paulo Conde, os contratos das provas de motociclismo e da Indy passaram a ser revistos.

A prefeitura já anunciou, como a Folha revelou, que desistiu do GP Brasil de motociclismo, programado para 4 de novembro, no Rio, alegando que os custos fariam o município desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

 

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