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18/04/2001
-
07h35
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Milão
A volta de Ronaldo ao centro de treinamento da Inter de Milão e a luta da equipe italiana por uma vaga na Copa dos Campeões já provocam um racha entre os assessores do jogador e a comissão técnica do clube.
De um lado, Ronaldo, seu assessor, Rodrigo Paiva, e o fisioterapeuta Nilton Petrone, que evitam qualquer previsão sobre seu retorno aos campos. Do outro, o principal personagem é o técnico Marco Tardelli, apoiado por atletas e pela imprensa milanesa.
Pressionado para classificar o time à Copa dos Campeões, o treinador quer o jogador brasileiro em ação o mais rápido possível.
"Sei que logo poderei contar com o Ronaldo", disse Tardelli, no centro de treinamento de Appiano Gentile, a 30 km de Milão.
"Após um ano parado, é claro que Ronaldo não vai ser o mesmo. Mas, numa última tentativa para colocar a Inter na Copa dos Campeões, ele pode ser escalado, livre de responsabilidades", escreveu ontem o suplemento milanês do jornal "La Repubblica".
Essas hipóteses batem de frente com o discurso do atacante. "Só vou jogar quando tiver recuperado a confiança. Posso voltar em dois meses, um mês ou 15 dias. Não tenho pressa", diz o jogador.
Contratado pela Inter em outubro do ano passado, Tardelli já sofre com rumores de que será demitido ao término do Italiano.
Sua salvação seria colocar a equipe entre as quatro primeiras do campeonato, conquistando, assim, a classificação para o principal torneio europeu de clubes.
A oito rodadas do fim do Italiano, as três primeiras vagas já estão praticamente asseguradas por Roma (59 pontos), Juventus (55) e Lazio (49 e um jogo a menos).
Na disputa pela última vaga, estão Parma (43, também com um jogo a menos), Atalanta e Milan (empatados em 40) e Inter (38).
A idéia é usar Ronaldo nas duas últimas rodadas, quando a Inter pegará times pouco motivados.
A volta seria 10 de junho, quando a Inter jogará com o Bari, que já deve estar rebaixado. No domingo seguinte, o time pegará o Bologna, que ocupa o nono lugar.
Além do risco de demissão, Tardelli tem outro motivo para escalar Ronaldo: a má fase do atacante uruguaio Alvaro Recoba, considerado o pior em campo na derrota do fim de semana, para a Juventus, por 3 a 1.
Substituído aos 19min do segundo tempo, logo após o terceiro gol adversário, Recoba atuou em 23 das 26 rodadas do Italiano e só marcou cinco gols até agora. A paciência de Tardelli parece ter acabado. "Recoba, contra a Juve, não foi o atleta que a Inter quer."
Para piorar, o uruguaio está envolvido no escândalo dos passaportes falsificados no futebol italiano. O problema será analisado na semana que vem, na primeira audiência do caso, em Roma.
Retorno de Ronaldo gera discórdia entre Inter e assessores
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A volta de Ronaldo ao centro de treinamento da Inter de Milão e a luta da equipe italiana por uma vaga na Copa dos Campeões já provocam um racha entre os assessores do jogador e a comissão técnica do clube.
De um lado, Ronaldo, seu assessor, Rodrigo Paiva, e o fisioterapeuta Nilton Petrone, que evitam qualquer previsão sobre seu retorno aos campos. Do outro, o principal personagem é o técnico Marco Tardelli, apoiado por atletas e pela imprensa milanesa.
Pressionado para classificar o time à Copa dos Campeões, o treinador quer o jogador brasileiro em ação o mais rápido possível.
"Sei que logo poderei contar com o Ronaldo", disse Tardelli, no centro de treinamento de Appiano Gentile, a 30 km de Milão.
"Após um ano parado, é claro que Ronaldo não vai ser o mesmo. Mas, numa última tentativa para colocar a Inter na Copa dos Campeões, ele pode ser escalado, livre de responsabilidades", escreveu ontem o suplemento milanês do jornal "La Repubblica".
Essas hipóteses batem de frente com o discurso do atacante. "Só vou jogar quando tiver recuperado a confiança. Posso voltar em dois meses, um mês ou 15 dias. Não tenho pressa", diz o jogador.
Contratado pela Inter em outubro do ano passado, Tardelli já sofre com rumores de que será demitido ao término do Italiano.
Sua salvação seria colocar a equipe entre as quatro primeiras do campeonato, conquistando, assim, a classificação para o principal torneio europeu de clubes.
A oito rodadas do fim do Italiano, as três primeiras vagas já estão praticamente asseguradas por Roma (59 pontos), Juventus (55) e Lazio (49 e um jogo a menos).
Na disputa pela última vaga, estão Parma (43, também com um jogo a menos), Atalanta e Milan (empatados em 40) e Inter (38).
A idéia é usar Ronaldo nas duas últimas rodadas, quando a Inter pegará times pouco motivados.
A volta seria 10 de junho, quando a Inter jogará com o Bari, que já deve estar rebaixado. No domingo seguinte, o time pegará o Bologna, que ocupa o nono lugar.
Além do risco de demissão, Tardelli tem outro motivo para escalar Ronaldo: a má fase do atacante uruguaio Alvaro Recoba, considerado o pior em campo na derrota do fim de semana, para a Juventus, por 3 a 1.
Substituído aos 19min do segundo tempo, logo após o terceiro gol adversário, Recoba atuou em 23 das 26 rodadas do Italiano e só marcou cinco gols até agora. A paciência de Tardelli parece ter acabado. "Recoba, contra a Juve, não foi o atleta que a Inter quer."
Para piorar, o uruguaio está envolvido no escândalo dos passaportes falsificados no futebol italiano. O problema será analisado na semana que vem, na primeira audiência do caso, em Roma.
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