Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/05/2001 - 23h37

Pacto da bola pede o fim da Copa Mercosul

Publicidade

FERNANDO MELO
da Folha de S.Paulo

A cúpula do futebol nacional anunciará um remendo para tentar salvar o pacto da bola, firmado em 13 de março em Brasília.

O principal ponto do novo acordo será a extinção da Copa Mercosul a partir de 2002 e a ampliação da Taça Libertadores. A edição deste ano está garantida.

O pacto, assinado por Pelé, Ricardo Teixeira (CBF), Fábio Koff (Clube dos 13), João Havelange (Fifa), e Carlos Melles (Esporte e Turismo), esteve por um fio.

Desde 1º de maio, quando venceu o prazo estabelecido para a divulgação do calendário quadrienal, parte das forças do futebol ameaça abandonar o armistício.

Pelé, preocupado com sua imagem, e Fábio Koff, irritado com o fato de não ter sido procurado por Teixeira para a elaboração do calendário, manifestaram a intenção de implodir o acordo caso a realização da Copa Mercosul de 2001 fosse confirmada.

Segundo o documento assinado em Brasília, nenhum clube poderia disputar o Campeonato Brasileiro e a Mercosul simultaneamente _estaria vedada também a participação de uma equipe em mais de dois jogos por semana.

A guerra pela permanência da Mercosul no calendário opôs a Traffic e a Globo Esportes.

A agência de Hawilla, que organiza a competição sul-americana, conseguiu o apoio de sete clubes brasileiros para realizar o torneio.

A premiação, que pode chegar a US$ 4 milhões por equipe, e a vaga no Mundial de Clubes em 2003 foram os trunfos da Traffic para convencer Vasco, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo, que inicialmente liderou o boicote ao torneio, a disputar a Mercosul.

Já a Globo ameaçou romper o contrato com o Clube dos 13 se ele não fosse cumprido na íntegra _o que significa jogos do Brasileiro às quartas, quintas, sábados e domingos. A multa em caso de não-cumprimento do contrato é de US$ 50 milhões.

"A CBF até agora não se manifestou sobre calendário. Assinamos um acordo que teve como espectador todo o povo brasileiro e não podemos ficar com imagem de mentirosos. Se a Mercosul acontecer, o pacto está acabado", disse Koff anteontem à Folha de S.Paulo.

O maior jogador de todos os tempos reuniu-se duas vezes com o presidente do Clube dos 13 para dizer que estava preocupado com o descumprimento de cláusulas do documento de Brasília.

O sócio do ex-ministro de Esportes na Pelé Sports & Marketing, Hélio Vianna, confirmou que o atleta não descarta um rompimento se "o futebol brasileiro não tomar um rumo".

Pressionado por Pelé, pela Globo e por Koff, Teixeira resolveu agir. Intermediou uma conversa entre Hawilla e Marcelo de Campos Pinto, da Globo Esportes, que chegaram a um acordo ontem.

A Globo, que "é filosoficamente contra a realização da Copa Mercosul", segundo as palavras de Campos Pinto, aceitou a realização do campeonato em 2001.

A emissora transmitirá, junto com a TV Bandeirantes, a competição, que terá início em agosto.

A proposta da Globo, que deve ser ratificada por Teixeira até o fim da semana, é a extinção da Mercosul a partir de 2002, com a ampliação do período de disputa da Taça Libertadores.

O maior torneio sul-americano contaria com seis clubes brasileiros e duraria toda a temporada.

Os quatro melhores do Nacional e os vencedores da Copa dos Campeões e da Copa do Brasil seriam os representantes do país.

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, Clube dos 13 e Pelé apóiam a proposta apresentada pela Globo.

Procurado pela reportagem, Teixeira descartou o fim do acordo e anunciou que novidades serão divulgadas até sexta-feira.

Hoje, as negociações entre a cúpula do futebol continuam. Pelé, Vianna e Koff vão se reunir em São Paulo para discutir as cláusulas desse novo pacto.

"Vamos solicitar a posição da CBF amanhã [hoje] pela manhã. A prioridade do Pelé é falar com o doutor Fábio [Koff] para ouvir a posição dos clubes. Só aí ele vai dizer ao Ricardo Teixeira e à Globo se aceita as novas propostas", declarou Vianna ontem à noite.

A emissora carioca, por seu lado, se diz otimista quanto ao sucesso do remendo no pacto.

"Não acreditamos que ele tenha chegado ao fim. Temos certeza de que até o início da próxima semana tudo será devidamente esclarecido e implementado através da celebração de um acordo entre todas as partes envolvidas.", disse Campos Pinto, em resposta por e-mail à Folha de S.Paulo.

O principal entrave para a concretização do novo acordo será o dono da Traffic. J. Hawilla descarta o fim da competição sul-americana. "Já está tudo resolvido. A Mercosul não vai acabar."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página