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19/05/2001 - 00h45

Racionamento de energia castiga modalidades olímpicas

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da Folha de S.Paulo

O racionamento de energia anunciado esta semana pelo governo federal caiu como uma bomba para os esportes olímpicos. Partidas serão canceladas, eventos tiveram que ser remanejados, horários foram antecipados, categorias de base saíram prejudicadas, times ficaram sem treinar e houve problemas para conciliar os interesses da TV.

As maiores afetadas com a nova determinação governamental -que atinge as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste- de não poder utilizar ginásios à noite foram as categorias de base.

A FPV (Federação Paulista de Vôlei) teve que cancelar 85 jogos de seis torneios de formação que seriam realizados em 15 cidades do Estado. A medida atingiu apenas as partidas marcadas para acontecer entre os dias 17 e 25.

Reuniões entre Renato Pera, presidente da FPV, e os clubes serão marcadas para decidir o remanejamento de horários.

Em cima da hora, a FPB (Federação Paulista de Basquete) teve que alterar os horários de sete campeonatos de categorias menores -pré-mini, mini, mirim, infantil, infanto, cadete e juvenil. Os jogos de ontem, dia em que entrou em vigor a determinação federal, tiveram que ser adiados por causa do tempo curto para alteração dos horários.

No Nacional masculino, a alternativa encontrada para manter as partidas à noite -atendendo ao interesse da TV- foi a utilização de geradores de energia, o que onerou ainda mais os clubes.

Apesar dos transtornos, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, crê que o esporte não será tão prejudicado, já que os atletas se adaptariam à nova realidade.

"O esporte está sempre se adaptando às modificações de horários. Isso acontece inclusive na Olimpíada. A readaptação do atleta é permanente", disse ele.

Apesar do otimismo de Nuzman, o racionamento já traz problemas de viabilidade de torneios.

Mudanças radicais atingiram o handebol. A Copa Brasil feminina, em São Gonçalo (RJ), teve que ter os horários de seus jogos antecipados em cinco horas. Universo/Mauá x Osasco, por exemplo, que jogariam hoje às 20h30 pelo horário anterior, acabaram se enfrentando às 15h30.

Situação pior vive o masculino, cuja Copa Brasil seria realizada na semana que vem, em São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo, no ABC paulista, mas acabou cancelada. Os organizadores temiam a perda de público caso marcassem jogos à tarde.

"Estou chateado. Já havíamos feito todo o planejamento para o torneio", disse Manoel Luiz Oliveira, presidente da CBH (Confederação Brasileira de Handebol).

Alternativas estão sendo estudadas. O mais provável é que a competição vá para a região Sul, que escapou do racionamento proposto pelo governo. Chapecó (SC) já se candidatou a sede.

No boxe a mudança não precisou ser radical. O Torneio Estímulo Kid Jofre, marcado para começar na terça, em São Paulo, terá seu horário das 20h mantido.

"A diretoria do Baby Barione [ginásio onde é disputada a competição] me avisou que, a princípio, não precisaremos mudar o horário. Eles têm que cortar 25% de energia, mas vão economizar em outros setores", disse Newton Campos, presidente da FPB (Federação Paulista de Boxe).

Para não trazer mais transtornos, o dirigente cancelou as rodadas esporádicas que eram disputadas às quintas-feiras.

Mesmo eventos diurnos sofreram alterações. Esse é o caso do Troféu Brasil de natação, última oportunidade de os nadadores conseguirem índice para o Mundial de Fukuoka (Japão), em julho.

A competição, marcada para começar na próxima quarta, no Rio, teve que antecipar os horários das provas para não encerrar as competições depois das 18h. As provas de quinta, sexta e sábado, que iriam ser iniciadas às 10h, foram antecipadas para as 8h30.


 

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