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12/07/2001 - 18h53

Recepção colombiana tranquiliza delegação brasileira

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dos enviado a Cali, pela Folha de S.Paulo

A seleção brasileira chegou à Colômbia aterrorizada com o clima de insegurança que impera no país e receosa de que poderia sofrer represálias pelo fato de o Brasil ter tentado lhe "roubar" a sede da Copa América-2001.

O medo não se acabou de vez, mas três dias em Cali foram suficientes para os brasileiros esquecerem possíveis retaliações e ficarem mais relaxados.

A acolhida dos colombianos, seja dos torcedores, da organização ou dos policiais que fazem a segurança do time, tem sido calorosa _como em poucos lugares por que a seleção passou ultimamente. Em troca, a delegação nacional tem desfiado elogios aos anfitriões da competição.

Nos dois treinos realizados até agora, uma pequena multidão se concentrou na entrada do CT do América de Cali para saudar os jogadores e disputar autógrafos.

Apesar de a seleção ter ido à Colômbia sem suas principais estrelas, os torcedores sabem os nomes de boa parte dos atletas.

Os palmeirenses Marcos e Alex, o goleiro Dida, os dois Juninhos e Denílson _que os jornais colombianos destacam como "o jogador mais caro da Copa América", em referência aos US$ 35 milhões pagos pelo Betis ao São Paulo em 1999 _são os mais festejados, ao lado do técnico Luiz Felipe Scolari.

Em frente ao hotel da seleção, todo dia circulam dezenas de colombianos com esperança de conseguir uma foto ou um aceno de algum atleta ou de "Felipón".

O comportamento do técnico, diga-se, tem contribuído para o clima de festa com que Cali saúda os brasileiros. Nas entrevistas que deu desde que chegou, Scolari fez questão de dizer que o time sentia-se bem e tranquilo no país e de elogiar a hospitalidade do povo.

Ontem, num acesso de populismo, o treinador reforçou a sua já positiva imagem entre os anfitriões, ao afirmar que "o futebol é a arma da paz" e que "são 34 milhões de colombianos querendo a Copa América, e não é por causa de 100 mil contrários que ela vai deixar de acontecer". Foi aplaudido pelos jornalistas locais.

Hoje, seguiu-se o caso de amor. O colunista Ivan Mejía, do diário "El País", de Cali, dedicou quase toda sua seção ao técnico.

"Luiz Felipe Scolari me cai bem, muito bem, diria, pois sua atitude frente a Colômbia e a realização da Copa América no nosso país, frente a nossa gente, nossas cidades, foi reta, integral e sem rodeios. Felipão disse de todas as formas possíveis que se sente bem na Colômbia e que nas ocasiões em que esteve em Cali e Medellín só recebeu mostras de carinho e apreço", escreveu Mejía. O texto é encerrado assim: "Obrigado, Felipão. E boa sorte para você".

Os jogadores, por sua vez, se declararam aliviados com o clima que encontraram em Cali. "A recepção dos colombianos está nos surpreendendo. Agora estamos tranquilos, só queremos jogar", disse Roque Júnior.

O goleiro Marcos, que sofreu pressão da família para não viajar à Colômbia, brincou: "Minha mãe ia me fazer uma vergonha se eu não viesse. Está tudo calmo".

Na maior parte do tempo, a reação brasileira à acolhida dos colombianos parece espontânea, mas trata-se, também, de uma estratégia para manter a boa imagem e evitar problemas no país _como se pôde ver hoje de manhã, na vistoria feita por integrantes da comissão técnica ao estádio Pascual Guerrero.

Ao inspecionar o vestiário que seria usado pelo Brasil _que estréia no torneio hoje à noite, contra o México_, o preparador físico Paulo Paixão se decepcionou com o tamanho e a simplicidade do local. Porém, quando um membro do comitê organizador quis saber sua impressão, não hesitou: "Está ótimo, muito bom".
 

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