Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/07/2001 - 19h03

Crises e calendário ameaçam Copa Mercosul

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Crise energética, crise argentina, crise técnica, crise de calendário, crise política, crise de interesse...

A Copa Mercosul começa a enfrentar amanhã o seu maior desafio. A competição, que nasceu em 1998 como o mais rentável e promissor torneio interclubes sul-americano, luta até contra sua extinção.

Flamengo e Nacional, do Uruguai, abrem em Brasília a Mercosul, que está seriamente ameaçada de não contar mais com os clubes brasileiros a partir de 2002.

"Eu não acredito no fim da Copa Mercosul. O que pode acontecer com o torneio é o que aconteceu há alguns anos com a Libertadores, que foi desdenhada pelos clubes brasileiros nos anos 70 e 80", disse J. Hawilla, principal executivo da Traffic, agência que detém os direitos da Mercosul.

Por contrato, a competição está garantida até 2007. Mas o novo calendário do futebol nacional apresentado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pode minar de vez a competição.

O Vasco, presidido por Eurico Miranda, garante que joga a Mercosul em 2002 mesmo que passe por cima do novo calendário da CBF. Outros times do país, como Cruzeiro, Corinthians e São Paulo, também mostram interesse em continuar jogando a competição, mas não convenceram a CBF.

Uma proposta seria jogar a Mercosul no primeiro semestre. Participariam os times que não estão na Libertadores. A proposta já foi descartada pela Traffic.

"Não há possibilidade de isso acontecer. A Copa Mercosul ficaria desvalorizada assim. Ela [a competição] nasceu para reunir os times de maior expressão do continente", disse Hawilla.

Mesmo contando com os clubes de maior apelo popular e comercial do continente, a Mercosul já vai sofrer neste ano com o caos econômico e energético.

"É claro que a crise financeira na Argentina e a crise energética no Brasil afetam o torneio. Na Argentina, o preço dos ingressos continua o mesmo, mas o poder de compra das pessoas caiu. No Brasil, o jogo do São Paulo com o Peñarol (quarta-feira) foi antecipado para a tarde, o que já tira até 30% do público", disse Hawilla.

A crise técnica também ameaça a Mercosul, que teve seus melhores momentos em suas últimas decisões -as finais entre Flamengo e Palmeiras, em 1999, e entre Vasco e Palmeiras, em 2000, foram recheadas de gols e emoção.

Os clubes argentinos, devido à crise, não param de negociar seus craques -o River Plate já perdeu o atacante Saviola, e o Boca Juniors não deve contar com Riquelme. Os clubes chilenos já foram advertidos porque têm colhido seguidos fracassos do torneio. Uruguaios e paraguaios também não foram longe na competição.

O Brasil, mesmo com uma geração de poucos talentos, monopoliza as decisões da Mercosul -só brasileiros foram às finais do torneio, que teve como campeões Palmeiras, Flamengo e Vasco.

Em época de tanta crise, a Copa Mercosul continua apostando em uma boa premiação para estimular os participantes. O campeão deve receber algo em torno de US$ 4,7 milhões -por jogo como mandante, um time ganha US$ 250 mil na primeira fase.

Outro chamariz é uma vaga no Mundial de Clubes -o campeão do torneio deve disputar um quadrangular que rende vaga na próxima edição do evento da Fifa.

Certo mesmo é que o sistema de disputa repete o das três primeiras edições. São cinco grupos com quatro times cada um. Avançam às quartas-de-final os campeões de cada chave mais os três melhores segundos colocados.

Uma novidade é que a final deste ano terá, obrigatoriamente, só dois jogos -antes, uma terceira partida podia ser disputada.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página