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16/10/2001 - 21h15

Farah deve ser convocado para depor novamente no Senado

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da Folha de S.Paulo

Recém-empossado presidente da mais poderosa liga regional do país, Eduardo José Farah deve ser convocado quinta-feira para novo depoimento na CPI do Futebol, instalada no Senado.

Depois de ter sido elogiado publicamente pelos congressistas quando do seu primeiro depoimento, em maio, o presidente da Federação Paulista e da Liga Rio-SP terá que explicar aos senadores, entre outras coisas, os cheques da FPF que depositou em sua própria conta em 1996.

Conforme mostrou o diário "Lance!" hoje, Farah recebeu 12 cheques da entidade que preside desde 1988, em um valor total de R$ 179 mil. No primeiro depoimento na CPI, o dirigente disse que não era remunerado.

O presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PDT-PR), disse que o requerimento para a nova convocação de Farah deve ser votado na quinta.

"Ele tem muito o que explicar. Nossas investigações prosseguiram, e há a necessidade de ele expor alguns pontos."

Ainda hoje, assessores dos parlamentares correram pelos gabinetes do Senado para conseguir as sete assinaturas necessárias para a aprovação do requerimento, a ser apresentado pelo relator Geraldo Althoff (PFL-SC).

A comissão também investiga a relação do dirigente com a empresa HVA Promoção e Publicidade, que recebeu dinheiro da FPF. Segundo texto da CPI, "em 1998, o total alcançou R$ 533 mil, em 1999 foram R$ 870 mil e em 2000 aumentaram ainda mais, indo para R$ 1,3 milhão".

De acordo com o Terceiro Cartório Oficial de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo, a HVA pertence a Aparecido Hugo Carletti, vice de Farah na FPF.

Outro membro da cúpula da entidade que está sob investigação é Reynaldo Carneiro Bastos, que participou da compra de Piekarski pela entidade, conforme revelou a Folha de S.Paulo.

Procurado hoje à tarde pela reportagem para comentar a possível convocação, o dirigente não foi localizado.

Outro que pode ser chamado é J. Hawilla, dono da Traffic. O empresário também já foi ouvido pelos senadores e falou sobre a parceria de sua empresa com a Confederação Brasileira de Futebol.

A iniciativa de chamar dois dos mais importantes personagens do futebol brasileiro na última década tem um motivo claro: dar novo fôlego à comissão. Desde o depoimento do flamenguista Edmundo dos Santos Silva, Dias e Althoff estão isolados e não conseguem atrair a atenção de seus colegas.

Com a crise envolvendo o peemedebista Jader Barbalho, que renunciou à sua cadeira no Senado, os congressistas sumiram das sessões da comissão.

O pedido de novos depoimentos vai contra as últimas declarações da cúpula da CPI. Dias e Althoff desprezaram requerimento de Gerson Camata (PMDB-ES) para os depoimentos de Fábio Koff e Mustafá Contursi, presidente e vice do Clube dos 13, respectivamente.

Apesar de aprovado em uma sessão da CPI, o requerimento foi para a gaveta. A explicação oficial é a de que não havia mais tempo para abrir novos flancos de investigação no Senado.

O parlamentar capixaba queria explicações sobre os contratos celebrados entre o C13 e a Globo, visto como um "vespeiro" na CPI.

Com as prováveis convocações de Farah e Hawilla, o depoimento de Ricardo Teixeira, um dos mais esperados da CPI, foi adiado.

Além deles, prestará depoimento Edmundo Santos Silva, que tem apresentado atestado médico para não falar com os congressistas.

Demonstrando irritação, Dias disse que não abrirá mão de ouvir o flamenguista. "Ainda temos tempo até 15 de dezembro. Ele não vai ficar com problema na boca para sempre."
 

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