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19/10/2001
-
08h25
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo
No mesmo dia em que foi revelado o fim do casamento de 11 anos entre a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Traffic, a CPI do Futebol, instalada no Senado, desistiu de convocar o empresário J. Hawilla, dono da agência, para novo depoimento.
Conforme a Folha publicou ontem, a Traffic comunicou a decisão de não ser mais a agência oficial da CBF após ter sido alijada do contrato firmado entre a confederação e a AmBev.
A parceria entre a agência de Hawilla e a CBF foi a mais duradoura do futebol brasileiro e rendeu à seleção brasileira um patrocínio de US$ 160 milhões da Nike.
Por outro lado, o contrato da CBF com a multinacional de materiais esportivos motivou a abertura de duas CPIs no Congresso.
A CPI da CBF/Nike, que funcionou na Câmara de outubro do ano passado até junho último, devassou o contrato, no qual a Traffic atuou como intermediária.
O fim da parceria era uma reivindicação das duas CPIs. Para os parlamentares, a CBF tem força suficiente para buscar seus parceiros sem intermediários.
Por ter atuado na intermediação, a Traffic, que na gestão de Teixeira se tornou uma das maiores empresas da América Latina no setor, recebeu 5% de comissão.
A justificativa da CPI do Futebol para desistir do depoimento de J. Hawilla foi de que as dúvidas relativas à CBF e ao Mundial de Clubes da Fifa, realizado no Brasil no ano passado, podem ser respondidas por Ricardo Teixeira, presidente da entidade.
A Traffic, que era uma das agências da Fifa, participou da organização do Mundial e foi dona dos direitos de transmissão do evento.
Segundo os senadores, há indícios de superfaturamento no balanço de gastos da competição.
"A assessoria concluiu que só o Ricardo Teixeira pode dar conta dos esclarecimentos necessários sobre o Mundial de Clubes. E nós acatamos", disse o senador Álvaro Dias (PDT-PR), presidente da CPI do Futebol.
O depoimento de Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol, anunciado na última terça pelos senadores, está mantido para o dia 25 deste mês (leia texto nesta página).
CBF e Traffic negam irregularidades e dizem que as contas do Mundial foram auditadas por uma empresa internacional, credenciada pela Fifa.
O segundo depoimento de Teixeira, que está afastado da presidência da CBF por motivos de saúde, no Senado, está marcado para o próximo dia 31.
J. Hawilla depôs na CPI do Futebol no ano passado. Na ocasião, ele respondeu às perguntas dos senadores sobre as relações entre sua agência e a entidade.
O empresário e Teixeira tiveram seus sigilos bancários fiscais e telefônicos quebrados.
Até agora, a CPI não divulgou provas que apontem indícios de irregularidades na parceria, iniciada em 1990, um ano após o atual presidente da CBF ter assumido a entidade.
As suspeitas iniciais dos parlamentares das CPIs, de que Teixeira e Hawilla seriam sócios ou mantivessem qualquer tipo de negócio juntos, ainda não foram confirmadas pelas investigações, que já duram um ano.
No próximo depoimento de Teixeira, o dirigente será questionado sobre sua relação com a empresa de Renato Tiraboschi, seu ex-sócio. O empresário intermediou a milionária transação da CBF com a AmBev.
CPI desiste de ouvir ex-parceiro da CBF
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JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S.Paulo
No mesmo dia em que foi revelado o fim do casamento de 11 anos entre a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Traffic, a CPI do Futebol, instalada no Senado, desistiu de convocar o empresário J. Hawilla, dono da agência, para novo depoimento.
Conforme a Folha publicou ontem, a Traffic comunicou a decisão de não ser mais a agência oficial da CBF após ter sido alijada do contrato firmado entre a confederação e a AmBev.
A parceria entre a agência de Hawilla e a CBF foi a mais duradoura do futebol brasileiro e rendeu à seleção brasileira um patrocínio de US$ 160 milhões da Nike.
Por outro lado, o contrato da CBF com a multinacional de materiais esportivos motivou a abertura de duas CPIs no Congresso.
A CPI da CBF/Nike, que funcionou na Câmara de outubro do ano passado até junho último, devassou o contrato, no qual a Traffic atuou como intermediária.
O fim da parceria era uma reivindicação das duas CPIs. Para os parlamentares, a CBF tem força suficiente para buscar seus parceiros sem intermediários.
Por ter atuado na intermediação, a Traffic, que na gestão de Teixeira se tornou uma das maiores empresas da América Latina no setor, recebeu 5% de comissão.
A justificativa da CPI do Futebol para desistir do depoimento de J. Hawilla foi de que as dúvidas relativas à CBF e ao Mundial de Clubes da Fifa, realizado no Brasil no ano passado, podem ser respondidas por Ricardo Teixeira, presidente da entidade.
A Traffic, que era uma das agências da Fifa, participou da organização do Mundial e foi dona dos direitos de transmissão do evento.
Segundo os senadores, há indícios de superfaturamento no balanço de gastos da competição.
"A assessoria concluiu que só o Ricardo Teixeira pode dar conta dos esclarecimentos necessários sobre o Mundial de Clubes. E nós acatamos", disse o senador Álvaro Dias (PDT-PR), presidente da CPI do Futebol.
O depoimento de Eduardo José Farah, presidente da Federação Paulista de Futebol, anunciado na última terça pelos senadores, está mantido para o dia 25 deste mês (leia texto nesta página).
CBF e Traffic negam irregularidades e dizem que as contas do Mundial foram auditadas por uma empresa internacional, credenciada pela Fifa.
O segundo depoimento de Teixeira, que está afastado da presidência da CBF por motivos de saúde, no Senado, está marcado para o próximo dia 31.
J. Hawilla depôs na CPI do Futebol no ano passado. Na ocasião, ele respondeu às perguntas dos senadores sobre as relações entre sua agência e a entidade.
O empresário e Teixeira tiveram seus sigilos bancários fiscais e telefônicos quebrados.
Até agora, a CPI não divulgou provas que apontem indícios de irregularidades na parceria, iniciada em 1990, um ano após o atual presidente da CBF ter assumido a entidade.
As suspeitas iniciais dos parlamentares das CPIs, de que Teixeira e Hawilla seriam sócios ou mantivessem qualquer tipo de negócio juntos, ainda não foram confirmadas pelas investigações, que já duram um ano.
No próximo depoimento de Teixeira, o dirigente será questionado sobre sua relação com a empresa de Renato Tiraboschi, seu ex-sócio. O empresário intermediou a milionária transação da CBF com a AmBev.
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