Atleta do nado sincronizado terá de ficar no quarto de empregada

José Roberto Perillier, subchefe de missão do Brasil no Pan, quase provocou a discórdia entre a equipe nacional de nado sincronizado. Durante a videoconferência de ontem, o dirigente, que é pai da técnica da equipe, Roberta Perillier, disse que uma das atletas teria que dormir em área menos nobre da Vila Pan-Americana.

"Uma menina irá dormir no quarto de empregada, com todo o conforto de uma suíte", afirmou Perillier.

A equipe conta com nove atletas, mas irá ocupar um apartamento de quatro quartos com camas duplas.

Essa foi a solução para não colocar uma atleta no apartamento de treinadores e dirigentes. Mas nem todo mundo aprovou a iniciativa.

"Eu não vou para o quarto de empregada. Vou ficar em um quarto junto com a minha irmã", afirmou Branca Feres, que atua na seleção ao lado de Bia, sua gêmea.

O impasse foi solucionado quando Michelle Frota se ofereceu para ficar no quarto dos fundos. "Mas vou cobrar para entrar na cozinha. Lá será meu território."

Lara Teixeira, sua companheira de equipe, disse que seriam possíveis três soluções. "A Michelle pode ficar no quarto de empregada. Ou levamos a cama dela para um dos nossos quartos, o que pode não dar certo. Ou trazemos só o colchão", afirmou.

O Brasil ocupará 800 camas. A delegação contará com 967 pessoas, o que não será problema, já que os atletas não ocuparão os quartos durante todo o evento.

Greve

Os voluntários previstos para dançar na abertura do Pan ameaçam não participar da cerimônia. Eles deram prazo até quinta para os organizadores da festa liberarem passagens para os ensaios, que são diários.

No sábado, parte dos voluntários se recusou, em protesto, a obedecer aos coreógrafos durante o ensaio na praça da Apoteose. Apenas os usuários de metrô estão isentos de pagar passagem.