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Após sobreviver a acidente, Kubica pode ajudar papa
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da Folha de S.Paulo
Depois de vivenciar um milagre, agora Robert Kubica vai ter de revelar o nome do santo.
O piloto, que sobreviveu a um espetacular acidente na 27ª volta do GP de Montréal, no último dia 10, pode ser chamado a prestar depoimento no processo de beatificação do papa João Paulo 2º, morto em 2005.
Polonês da Cracóvia, assim como Karol Wojtyla, o piloto da BMW carrega há dois anos o nome do pontífice em seu capacete. E muitos acreditam que foi isso que salvou sua vida.
"Eu não sei por quem eu fui salvo, eu nem sei se fui salvo por alguém", disse Kubica, ontem em Magny-Cours, onde no domingo, às 9h (de Brasília), acontece o GP da França, oitava etapa do Mundial de F-1, cujos treinos livres começam hoje.
"Estou aqui inteiro, então acho que isso é uma coisa muito positiva", completou o polonês, que sofreu só uma torção no tornozelo e uma leve concussão após a batida no Canadá --no momento do impacto seu carro estava a cerca de 230 km/h.
Apesar de não ter tido nenhuma lesão grave, Kubica foi vetado pelos médicos da FIA de correr nos EUA, há duas semanas --foi substituído pelo alemão Sebastian Vettel, 19. Ontem, porém, recebeu o sinal verde para voltar ao cockpit.
"Estou 100% em forma e estou feliz por só ter perdido a corrida em Indianápolis", afirmou ele, que ocupa o sétimo lugar no Mundial, com 12 pontos ganhos --Lewis Hamilton, da McLaren, é o líder, com 58.
Caso participe de fato do processo, Kubica se juntará a outras 130 pessoas que já deram seu testemunho para que João Paulo 2º seja beatificado.
A documentação está sendo preparada pelas dioceses de Cracóvia e de Roma e será revisada pela Congregação da Causa dos Santos do Vaticano.
"Não sei nada sobre isso", afirmou o piloto de 22 anos.
Mas o postulador do processo, o sacerdote Slawomir Oder, diz que o relato do polonês pode ser interessante. "Ele é uma dessas pessoas que todos sabemos que o papa João Paulo 2º desempenhou e ainda desempenha um grande papel em sua vida, como confirma o fato de Kubica usar um capacete com seu nome", afirmou Oder.
De acordo com ele, porém, o piloto não pode ser usado como testemunha, já que a primeira fase do processo de beatificação terminou em abril passado e toda a documentação agora já está nas mãos do Vaticano.
Ainda segundo Oder, porém, nada impede que Kubica envie relato espontâneo à Igreja Católica sobre sua experiência e a relação que o acidente pode ter com a figura de João Paulo 2º.
NA TV - Treino livre do GP da França, Sportv, ao vivo, às 9h
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