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Campeão na classe star, Scheidt volta a competir na laser
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RENAN CACIOLI
da Folha de S.Paulo
Competitivo como sempre foi, Robert Scheidt não cairá nas águas da Baía de Guanabara apenas por hobby. Mas uma coisa é certa: o Pan não terá o mesmo peso de antes.
Não por desdém, mas porque sua cabeça pensa 24 horas por dia na star, a classe para a qual migrou há dois anos e que acaba de lhe render o nono título mundial, o primeiro na categoria. Da laser, pela qual buscará o tetra no Rio a partir do dia 22, ele deve, enfim, dar adeus.
"Vou para o Pan com a cabeça tranqüila. Consegui o principal campeonato do ano, que é o Mundial. Terei alguns dias para subir na laser, me desenferrujar e fazer o meu melhor", disse.
Desde 2005, o melhor velejador do mundo por duas vezes (2001 e 2004), segundo a Isaf, a federação que comanda o esporte no mundo, decidiu mudar de categoria e formou a dupla com o proeiro Bruno Prada.
Apenas uma razão o fará adiar a aposentadoria definitiva da antiga classe: o sonho do tri olímpico, em Pequim-08.
Isso porque a conquista do mundial de star garantiu a vaga apenas ao país, não à dupla vencedora. Em fevereiro, no Rio, ele e Prada terão que bater os bi olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira para carimbarem a passagem à China.
"Espero não precisar da laser mais uma vez para ir à Olimpíada. Mas é claro que, se não classificarmos, vou precisar voltar porque quero muito ir à Pequim", disse Scheidt.
Questionado se achava justo ter de passar por uma seletiva nacional mesmo sendo o atual campeão do mundo, o velejador adotou a diplomacia.
"O critério é sempre polêmico. O brasileiro é esse e temos de competir com as regras do jogo. Só acho que a Isaf deveria permitir mais velejadores e mais de um barco por país nas Olimpíadas", lamentou.
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