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CBH obtém liminar judicial e exclui cavaleiro do Pan
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FÁBIO GRIJÓ
da Folha de S.Paulo, no Rio
A CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) obteve, ontem, efeito suspensivo à liminar obtida pelo cavaleiro Luiz Francisco de Azevedo, quarto colocado na seletiva de saltos para o Pan.
Alijado dos Jogos, Azevedo tinha conseguido, na Justiça, em 29 de junho, a inclusão no time, alegando o descumprimento do Estatuto do Torcedor pela confederação.
A CBH alterou a regra das seletivas 40 dias antes do classificatório. A lei estabelece o prazo máximo para mudanças é de 45 dias anteriores à competição.
Com o efeito suspensivo, a equipe volta a ter Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves e Pedro Veniss. Os dois primeiros foram pré-convocados pela CBH. Veniss foi escolhido pela chefe de equipe, Lúcia Santa Cruz.
Os outros do time são César Almeida, garantido pela seletiva, e Karina Johannpeter, selecionada pelo critério técnico pela chefe de equipe.
Ainda de acordo com a liminar de Azevedo, a pré-convocação feriria o estatuto.
O efeito suspensivo foi concedido pelo desembargador Celso Ferreira Filho, da 15ª Câmara Cível do Rio.
O advogado de Azevedo, Fabiano Terrigno, disse que irá entrar com mandado de segurança na Justiça até quarta-feira. As provas de saltos serão disputadas a partir do dia 26.
Hoje, está prevista a chegada de Pessoa e seu cavalo Rufus ao Brasil. Eles devem desembarcar em Viracopos (SP) à noite, seguindo para o Rio na quarta.
Pessoa confirmou a participação no Pan mesmo antes de ter seu nome incluído na equipe, de novo, pela Justiça.
Há duas semanas, o campeão olímpico tinha ameaçado não competir no Rio se a pendência judicial não fosse resolvida até o último domingo.
A CBH entrou com recurso no final da tarde de sexta-feira, último dia do prazo para contestar a liminar obtida por Azevedo na Justiça comum.
Um dia antes, na quinta-feira, o advogado de Azevedo, Fabiano Terrigno, tinha ido com um oficial de Justiça à casa do presidente da CBH, Mauricio Manfredi, para receber a credencial do Pan e os uniformes do cavaleiro no torneio.
Segundo Terrigno, o dirigente informou que a credencial estaria na sede da CBH. Na sexta, o advogado contou ter ido à entidade, mas o crachá de Azevedo estaria desativado, disse Fabiano Terrigno.
"Ele [Manfredi] disse que a credencial não estava ativada porque o COB [Comitê Olímpico Brasileiro] não o tinha inscrito", disse o advogado.
Ainda na sexta, Terrigno conseguiu, no plantão judiciário, à noite, a oficialização da inscrição de Azevedo na equipe de saltos do Pan, algo que já tinha sido determinado pela própria Justiça na liminar.
Segundo ele, se a CBH e o COB não cumprissem a decisão, estariam cometendo "crime de desobediência judicial". Naquele dia, a liminar garantia Azevedo na equipe do Pan.
"Falamos com o chefe de missão [Marcus Vinícius Freire, o mandachuva da delegação brasileira no Pan] e ele informou que teria de solicitar a credencial do Chiquinho [Azevedo]", afirmou Terrigno.
A seletiva do hipismo foi marcada pela polêmica. A CBH mudou a regra três vezes, Pessoa desistiu do evento e voltou atrás, dois cavaleiros entraram na Justiça (além de Azevedo, Vitor Alves Teixeira, o segundo no classificatório).
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