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Primos ricos, natação, judô e ginástica contrastam com outros esportes
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JOSÉ RICARDO LEITE
da Folha Online, no Rio
Considerados "primos ricos" no esporte brasileiro que disputa os Jogos Pan-Americanos, a natação, o judô e a ginástica artística são das poucas modalidades já encerradas em que os brasileiros não fizeram lamentos à estrutura que possuem.
Badalados, esses esportes são os principais responsáveis pela boa colocação do Brasil no quadro de medalhas. Das 25 medalhas de ouro do Brasil, 20 vieram dos três --12 da natação, quatro no judô e quatro na ginástica.
"A estrutura que temos aqui é a mesma que existe no exterior", disse o nadador brasileiro Kaio Márcio, que treina na Paraíba.
"Mostramos que temos qualidade e que merecemos apoio", disse o ginasta brasileiro Mosiah Rodrigues.
No judô, o discurso não foi diferente. "Hoje, o judo vive um momento vitorioso, e a confederação faz muito bem o seu papel", afirmou a medalhista de ouro Daniele Zangrando.
Os elogios contrastam com outros esportes, como o taekwondo, modalidade que garantiu a primeira medalha de ouro brasileira, com Diogo Silva, que revelou a precariedade das condições. Segundo o lutador, os R$ 600 reais destinados pela federação muitas vezes não chegam aos atletas.
'No começo do ano, nós [atletas] pedimos que aumentassem o dinheiro e que nos dessem mais estrutura, mas fomos ignorados e não recebemos resposta nenhuma. Sempre fomos colocados em segundo plano.
"Temos lutadores para brigar mundo afora, precisamos apenas de apoio e investimento", disse Natalia Falavigna.
"O Atletismo e o judô têm apoio. Temos que mudar o taekwondo também", disse Leonardo Santos.
Neste Pan, o badminton conquistou sua primeira medalha na história dos Jogos, com a dupla Guilherme Pardo e Guilherme Kumasaka. Após assegurada a medalha, também houve protesto contra o pouco apoio.
"Para nós essa medalha vale como uma Copa do Mundo pelas condições que temos. Eles estudam e trabalham e já colocaram dinheiro do próprio bolso para viajar", disse o técnico da dupla, Luis França.
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