Odepa vê Rio longe de Olimpíada e evita falar em "melhores Jogos da história"

O presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), o mexicano Mário Vázquez Raña, afirmou em uma entrevista coletiva que a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, por si só, não credencia a cidade a organizar os Jogos Olímpicos --o Rio é candidato para 2016.

O presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e do Co-Rio, o comitê organizador dos Jogos, Carlos Arthur Nuzman, disse, antes mesmo do início da competição, que o Pan serviria para "mostrar que temos condições de receber a Olimpíada".

"O Pan não é passe para sediar os Jogos Olímpicos", disse Raña. "Há muito trabalho por fazer", afirmou o dirigente, que fez muitos elogios ao Pan-2007, mas também algumas críticas.

O mexicano se esquivou quando questionado se este foi o melhor Pan-Americano da história e disse que houve falhas, como as ocorridas nas instalações de beisebol e softbol, na Cidade do Rock. Provisórias, elas sofreram com vendaval (parte da estrutura desabou) e a chuva, que estragou o campo e impediu a realização de partidas importantes.

"O que houve com o beisebol e o softbol foi uma falha difícil de explicar", avaliou

Sobre o custo da realização dos Jogos, o dirigente afirmou que acabou saindo "barato". O governo federal gastou cerca de R$ 1,8 bilhão no Pan. O custo total dos Jogos é de R$ 3,7 bilhões, quase 800% a mais que o previsto em 2002.

"Não vou comentar o que os brasileiros gastaram com o Pan. Fizeram para mostrar ao mundo que são capazes de organizar a Olimpíada. Mas, para conseguir êxito, não basta o Pan", disse.

Raña classificou como Pan do Rio como "bom" e afirmou que as instalações, no geral, merecem notas "9 e 10".

Outro ponto citado pelo presidente foi o doping. Até domingo, foram realizados 1.200 testes antidoping e nenhum acusou positivo. "O Rio vai pelo caminho correto para os Jogos mais limpos da história dos Jogos Pan-Americanos", afirmou.

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