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29/12/2001
-
15h20
RODRIGO BERTOLOTTO
da Folha de S.Paulo
É emblemático que a São Silvestre faça sua primeira prova do século 21 órfã de seu tradicional promotor, o jornal "A Gazeta Esportiva", que deixou de circular no mês passado.
No século 20, a imprensa foi responsável pela criação de eventos esportivos em todo o planeta.
Os exemplos mais célebres são o Tour de France e o Giro d´Italia, as duas mais importantes provas do ciclismo mundial. Essas competições foram concebidas, respectivamente, pelo jornal parisiense "L´Équipe" e pelo diário milanês "Gazzetta dello Sport".
Mas, como sinal dos tempos, esse papel está cada vez mais passando para as mãos das TVs.
Um exemplo atual é a TV Globo, com sua produção industrial de eventos ao vivo nas manhãs de domingo. A grande maioria deles é no estilo "desafio de vôlei de praia", "mundialito de futebol de areia" ou "olimpíada de verão", mais facilmente adaptados ao formato televisivo.
"O evento esportivo tem de se moldar ao gosto do telespectador e às necessidades da programação´´, afirma Luis Fernando Lima, diretor de esportes da Globo.
Para ele, as TVs substituíram os jornais como criadores de torneios por terem maior porte econômico. "É mais fácil bancar um evento porque há mais exposição ao público e, consequentemente, mais anunciantes", diz Lima.
Essa tendência ficou mais clara na década passada, quando, além da Globo, a Record e a Bandeirantes montaram e promoveram várias competições.
Em lado totalmente oposto, o jornal "A Gazeta Esportiva" foi perdendo o controle dos eventos que criou no começo do século passado (entre eles, a hoje inconcebível Travessia de São Paulo a Nado, pelas águas do rio Tietê).
O torneio de boxe Forja de Campeões, que revelou o campeão mundial Eder Jofre, passou para as mãos da Federação Paulista de Boxe. Coisa similar aconteceu com a prova ciclística 9 de Julho, que é organizada pela federação estadual da modalidade.
Porém o superintendente da Fundação Cásper Líbero, Júlio Deodoro, promete retomar o controle das competições, como ainda faz com a São Silvestre.
"Há um uso indevido de marcas de propriedade da fundação. Esses eventos são lucrativos e os queremos de volta", diz Deodoro.
Todas essas competições foram criadas pelo empresário e jornalista Cásper Líbero, que administrou a partir de 1918 o jornal "A Gazeta", de onde se originou "A Gazeta Esportiva".
A intenção era montar provas que se integrassem à cidade e que tivessem participação popular. A primeira foi a São Silvestre, criada em 1925 após Cásper Líbero assistir a uma corrida noturna em Paris. A 9 de Julho surgiu em 1933, e a Forja de Campeões, em 1941.
Leia mais sobre a São Silvestre-2001:
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São Silvestre-2000
São Silvestre faz sua primeira prova órfã de promotor
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da Folha de S.Paulo
É emblemático que a São Silvestre faça sua primeira prova do século 21 órfã de seu tradicional promotor, o jornal "A Gazeta Esportiva", que deixou de circular no mês passado.
No século 20, a imprensa foi responsável pela criação de eventos esportivos em todo o planeta.
Os exemplos mais célebres são o Tour de France e o Giro d´Italia, as duas mais importantes provas do ciclismo mundial. Essas competições foram concebidas, respectivamente, pelo jornal parisiense "L´Équipe" e pelo diário milanês "Gazzetta dello Sport".
Mas, como sinal dos tempos, esse papel está cada vez mais passando para as mãos das TVs.
Um exemplo atual é a TV Globo, com sua produção industrial de eventos ao vivo nas manhãs de domingo. A grande maioria deles é no estilo "desafio de vôlei de praia", "mundialito de futebol de areia" ou "olimpíada de verão", mais facilmente adaptados ao formato televisivo.
"O evento esportivo tem de se moldar ao gosto do telespectador e às necessidades da programação´´, afirma Luis Fernando Lima, diretor de esportes da Globo.
Para ele, as TVs substituíram os jornais como criadores de torneios por terem maior porte econômico. "É mais fácil bancar um evento porque há mais exposição ao público e, consequentemente, mais anunciantes", diz Lima.
Essa tendência ficou mais clara na década passada, quando, além da Globo, a Record e a Bandeirantes montaram e promoveram várias competições.
Em lado totalmente oposto, o jornal "A Gazeta Esportiva" foi perdendo o controle dos eventos que criou no começo do século passado (entre eles, a hoje inconcebível Travessia de São Paulo a Nado, pelas águas do rio Tietê).
O torneio de boxe Forja de Campeões, que revelou o campeão mundial Eder Jofre, passou para as mãos da Federação Paulista de Boxe. Coisa similar aconteceu com a prova ciclística 9 de Julho, que é organizada pela federação estadual da modalidade.
Porém o superintendente da Fundação Cásper Líbero, Júlio Deodoro, promete retomar o controle das competições, como ainda faz com a São Silvestre.
"Há um uso indevido de marcas de propriedade da fundação. Esses eventos são lucrativos e os queremos de volta", diz Deodoro.
Todas essas competições foram criadas pelo empresário e jornalista Cásper Líbero, que administrou a partir de 1918 o jornal "A Gazeta", de onde se originou "A Gazeta Esportiva".
A intenção era montar provas que se integrassem à cidade e que tivessem participação popular. A primeira foi a São Silvestre, criada em 1925 após Cásper Líbero assistir a uma corrida noturna em Paris. A 9 de Julho surgiu em 1933, e a Forja de Campeões, em 1941.
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