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30/12/2001
-
17h07
da Folha Ribeirão
A maratonista de Sertãozinho Maria Zeferina Baldaia tem na tarde de amanhã um duplo desafio, ao participar da tradicional corrida de São Silvestre, em São Paulo: conquistar o seu sonho, que é vencer a corrida, e, consequentemente, derrotar as atletas quenianas, apontadas como favoritas.
Mesmo com vários títulos conquistados na temporada, Zeferina nunca escondeu que o seu principal objetivo é conquistar a vitória na tradicional corrida paulistana. Em 2000, foi a sétima brasileira mais bem colocada.
"Eu gosto de enfrentar as quenianas porque elas puxam o ritmo da prova. As atletas brasileiras geralmente correm 'emboladas'. Uma fica esperando a outra disparar e ninguém sai na frente. Eu prefiro o contrário. Gosto de já abrir diferença, como as estrangeiras fazem. Vencer a São Silvestre é o meu sonho", afirmou.
Em 2001, Maria Zeferina conquistou títulos importantes, como a 3ª Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), e a prova Sargento Gonzaguinha, em São Paulo. No ano anterior, já havia conquistado o título da maratona de Curitiba. Mesmo assim, não se sente favorita na prova de hoje.
"Eu não me considero favorita, mas as pessoas estão achando. No mínimo, quero brigar por um lugar no pódio. Só não sei qual", afirmou a corredora, que já foi trabalhadora rural na cidade de Sertãozinho.
O otimismo para a prova não é demonstrado apenas por Maria Zeferina. Outras brasileiras que vão disputar a competição também prevêem equilíbrio na São Silvestre.
"O nível das brasileiras melhorou muito nos últimos anos. A São Silvestre é muito difícil, porque tem muitas subidas e descidas", afirmou Fabiane da Silva, que no ano passado foi a quinta colocada -ela foi a segunda brasileira mais bem classificada.
Além de Zeferina e Fabiane, são apontadas como destaques do Brasil na prova Marizete Rezende, Márcia Narloch e Selma dos Reis. Para a disputa de hoje, Zeferina torce para que faça calor.
"Em Sertãozinho, a temperatura é alta. Eu acho melhor competir nessas condições", afirmou a maratonista.
O início
Apesar de agora ser reconhecida, por causa de seus títulos, e de ter dois patrocínios, a corredora de Sertãozinho não se esquece do tempo de "vacas magras", em que precisava trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar para só depois se dedicar aos treinos. "Durante um bom tempo eu corri na rodovia, descalça." Para a corredora, seu passado é um incentivo extra para as provas.
Hoje, com estrutura profissional, a maratonista treina cerca de 25 quilômetros diariamente, divididos em dois períodos. Geralmente, Zeferina treina 15 quilômetros durante a manhã.
"O restante eu faço à tarde, sempre. Mesmo quando faço só treino físico, acabo correndo os mesmos 25 quilômetros", disse.
Essa vai ser a 27ª participação das mulheres na São Silvestre. A prova feminina foi criada em 1975, em homenagem ao Ano Internacional da Mulher, e sempre foi dominada por atletas estrangeiras.
A primeira corrida foi vencida pela alemã Christa Vahlensieck. Nessa prova, a brasileira Mara Fuhrman foi a quinta colocada.
A primeira vitória brasileira ocorreu em 1995, com a brasiliense Carmem de Oliveira. Em 96, quem venceu a prova foi Roseli Machado, do Paraná.
Ela cruzou a linha de chegada com praticamente um minuto de vantagem sobre a mexicana Maria Del Carmem, tricampeã da prova (1989, 1990 e 1992).
A maior campeã da competição, no entanto, é a atleta portuguesa Rosa Mota, que conquistou seis vitórias consecutivas na corrida paulistana (1981 a 1986).
"Eu agradeço pelo ano que tive, mas vou com tudo para a São Silvestre", afirmou Zeferina.
Leia mais sobre a São Silvestre-2001:
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São Silvestre-2000
Maratonista de Sertãozinho é um dos destaques da São Silvestre
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A maratonista de Sertãozinho Maria Zeferina Baldaia tem na tarde de amanhã um duplo desafio, ao participar da tradicional corrida de São Silvestre, em São Paulo: conquistar o seu sonho, que é vencer a corrida, e, consequentemente, derrotar as atletas quenianas, apontadas como favoritas.
Mesmo com vários títulos conquistados na temporada, Zeferina nunca escondeu que o seu principal objetivo é conquistar a vitória na tradicional corrida paulistana. Em 2000, foi a sétima brasileira mais bem colocada.
"Eu gosto de enfrentar as quenianas porque elas puxam o ritmo da prova. As atletas brasileiras geralmente correm 'emboladas'. Uma fica esperando a outra disparar e ninguém sai na frente. Eu prefiro o contrário. Gosto de já abrir diferença, como as estrangeiras fazem. Vencer a São Silvestre é o meu sonho", afirmou.
Em 2001, Maria Zeferina conquistou títulos importantes, como a 3ª Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), e a prova Sargento Gonzaguinha, em São Paulo. No ano anterior, já havia conquistado o título da maratona de Curitiba. Mesmo assim, não se sente favorita na prova de hoje.
"Eu não me considero favorita, mas as pessoas estão achando. No mínimo, quero brigar por um lugar no pódio. Só não sei qual", afirmou a corredora, que já foi trabalhadora rural na cidade de Sertãozinho.
O otimismo para a prova não é demonstrado apenas por Maria Zeferina. Outras brasileiras que vão disputar a competição também prevêem equilíbrio na São Silvestre.
"O nível das brasileiras melhorou muito nos últimos anos. A São Silvestre é muito difícil, porque tem muitas subidas e descidas", afirmou Fabiane da Silva, que no ano passado foi a quinta colocada -ela foi a segunda brasileira mais bem classificada.
Além de Zeferina e Fabiane, são apontadas como destaques do Brasil na prova Marizete Rezende, Márcia Narloch e Selma dos Reis. Para a disputa de hoje, Zeferina torce para que faça calor.
"Em Sertãozinho, a temperatura é alta. Eu acho melhor competir nessas condições", afirmou a maratonista.
O início
Apesar de agora ser reconhecida, por causa de seus títulos, e de ter dois patrocínios, a corredora de Sertãozinho não se esquece do tempo de "vacas magras", em que precisava trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar para só depois se dedicar aos treinos. "Durante um bom tempo eu corri na rodovia, descalça." Para a corredora, seu passado é um incentivo extra para as provas.
Hoje, com estrutura profissional, a maratonista treina cerca de 25 quilômetros diariamente, divididos em dois períodos. Geralmente, Zeferina treina 15 quilômetros durante a manhã.
"O restante eu faço à tarde, sempre. Mesmo quando faço só treino físico, acabo correndo os mesmos 25 quilômetros", disse.
Essa vai ser a 27ª participação das mulheres na São Silvestre. A prova feminina foi criada em 1975, em homenagem ao Ano Internacional da Mulher, e sempre foi dominada por atletas estrangeiras.
A primeira corrida foi vencida pela alemã Christa Vahlensieck. Nessa prova, a brasileira Mara Fuhrman foi a quinta colocada.
A primeira vitória brasileira ocorreu em 1995, com a brasiliense Carmem de Oliveira. Em 96, quem venceu a prova foi Roseli Machado, do Paraná.
Ela cruzou a linha de chegada com praticamente um minuto de vantagem sobre a mexicana Maria Del Carmem, tricampeã da prova (1989, 1990 e 1992).
A maior campeã da competição, no entanto, é a atleta portuguesa Rosa Mota, que conquistou seis vitórias consecutivas na corrida paulistana (1981 a 1986).
"Eu agradeço pelo ano que tive, mas vou com tudo para a São Silvestre", afirmou Zeferina.
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