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03/01/2002
-
20h36
da Folha de S.Paulo
Caiu o último reduto futebolístico da Parmalat no Brasil.
Embora continue negando oficialmente, a multinacional italiana, uma das principais investidoras no futebol nacional nos anos 90, irá deixar o Etti/Jundiaí, derradeiro clube que mantinha no país.
Os primeiros sinais da retirada da empresa aparecerão no nome e na camisa do clube paulista _ambos mudarão já para a disputa do Torneio Rio-São Paulo, que começa no próximo dia 19.
O time vai se chamar somente Jundiaí, sem o nome da fábrica de produtos alimentícios comprada pela Parmalat. A camisa deixará de ser vermelha (igual a uma lata de tomate, como brincam os moradores da cidade) e voltará a ser tricolor (vermelha, preta e branca), como era o Paulista _nome do clube durante a maior parte de sua história quase centenária.
A Parmalat, que ficou famosa no Brasil pela co-gestão de sucesso com o Palmeiras, deve continuar sustentando o futebol da equipe de Jundiaí pelo menos até o final do ano.
Dependendo de conversas que acontecerão nas próximas semanas (na terça haverá a primeira reunião entre dirigentes da Parmalat e do Paulista), pode ser que o aporte financeiro dure até 2003.
O que é certo é a decisão da multinacional de não cumprir o contrato de 30 anos que fez em 98 com o Paulista, pelo qual arrendou o estádio Jaime Cintra e, a reboque, se comprometeu a bancar o futebol do clube.
A Folha apurou que o motivo principal da saída da Parmalat foi a excessiva intromissão no Etti de dirigentes e políticos de Jundiaí ligados ao Paulista _principalmente o presidente do clube, Eduardo Santos Palhares_, que insuflaria negativamente a população da cidade em relação ao novo nome e à nova administração.
Desafeto de Marcos Bagatella, o diretor da Parmalat no Etti, Palhares comandou recentemente uma excursão de conselheiros do Paulista à sede da multinacional na Itália.
O grupo chegou a entregar a Calisto Tanzi, presidente mundial da Parmalat, uma lista de reforços que o Etti necessitava, o que teria sido a gota d´água para a decisão da empresa.
A reportagem tentou falar com Palhares, mas ele não respondeu aos recados deixados.
Bagatella declarou hoje que não foi comunicado pela empresa sobre alteração do nome do clube.
"Se a Parmalat quiser mudar o nome ela pode. Não significa que a empresa vai deixar Jundiaí", disse o diretor do Etti, que confirmou a mudança no uniforme.
Na semana passada, o presidente da Parmalat para a América Latina e do Etti, Carlos Monteiro, disse que o clube é deficitário e confirmou a rejeição do nome Etti pelos moradores de Jundiaí, mas disse que a Parmalat sabia disso quando arrendou o clube.
A chegada de Monteiro ao poder, em substituição a Gianni Grisendi, um entusiasta do futebol e do Etti, é apontado como outro motivo do esfriamento da Parmalat em relação à parceria.
Além de anunciar a saída da Parmalat, as mudanças no nome e do time seriam fruto de pressão da TV Globo, que detém os direitos de transmissão do Rio-São Paulo e costuma omitir em suas transmissões esportivas clubes com nomes de empresas.
Etti/Jundiaí perde a Parmalat e mudará de nome e camisa
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Caiu o último reduto futebolístico da Parmalat no Brasil.
Embora continue negando oficialmente, a multinacional italiana, uma das principais investidoras no futebol nacional nos anos 90, irá deixar o Etti/Jundiaí, derradeiro clube que mantinha no país.
Os primeiros sinais da retirada da empresa aparecerão no nome e na camisa do clube paulista _ambos mudarão já para a disputa do Torneio Rio-São Paulo, que começa no próximo dia 19.
O time vai se chamar somente Jundiaí, sem o nome da fábrica de produtos alimentícios comprada pela Parmalat. A camisa deixará de ser vermelha (igual a uma lata de tomate, como brincam os moradores da cidade) e voltará a ser tricolor (vermelha, preta e branca), como era o Paulista _nome do clube durante a maior parte de sua história quase centenária.
A Parmalat, que ficou famosa no Brasil pela co-gestão de sucesso com o Palmeiras, deve continuar sustentando o futebol da equipe de Jundiaí pelo menos até o final do ano.
Dependendo de conversas que acontecerão nas próximas semanas (na terça haverá a primeira reunião entre dirigentes da Parmalat e do Paulista), pode ser que o aporte financeiro dure até 2003.
O que é certo é a decisão da multinacional de não cumprir o contrato de 30 anos que fez em 98 com o Paulista, pelo qual arrendou o estádio Jaime Cintra e, a reboque, se comprometeu a bancar o futebol do clube.
A Folha apurou que o motivo principal da saída da Parmalat foi a excessiva intromissão no Etti de dirigentes e políticos de Jundiaí ligados ao Paulista _principalmente o presidente do clube, Eduardo Santos Palhares_, que insuflaria negativamente a população da cidade em relação ao novo nome e à nova administração.
Desafeto de Marcos Bagatella, o diretor da Parmalat no Etti, Palhares comandou recentemente uma excursão de conselheiros do Paulista à sede da multinacional na Itália.
O grupo chegou a entregar a Calisto Tanzi, presidente mundial da Parmalat, uma lista de reforços que o Etti necessitava, o que teria sido a gota d´água para a decisão da empresa.
A reportagem tentou falar com Palhares, mas ele não respondeu aos recados deixados.
Bagatella declarou hoje que não foi comunicado pela empresa sobre alteração do nome do clube.
"Se a Parmalat quiser mudar o nome ela pode. Não significa que a empresa vai deixar Jundiaí", disse o diretor do Etti, que confirmou a mudança no uniforme.
Na semana passada, o presidente da Parmalat para a América Latina e do Etti, Carlos Monteiro, disse que o clube é deficitário e confirmou a rejeição do nome Etti pelos moradores de Jundiaí, mas disse que a Parmalat sabia disso quando arrendou o clube.
A chegada de Monteiro ao poder, em substituição a Gianni Grisendi, um entusiasta do futebol e do Etti, é apontado como outro motivo do esfriamento da Parmalat em relação à parceria.
Além de anunciar a saída da Parmalat, as mudanças no nome e do time seriam fruto de pressão da TV Globo, que detém os direitos de transmissão do Rio-São Paulo e costuma omitir em suas transmissões esportivas clubes com nomes de empresas.
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