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26/08/2007 - 09h52

Atletismo aprova 4 anos de suspensão para casos de doping

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ADALBERTO LEISTER FILHO
da Folha de S.Paulo

A Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) aprovou, em reunião de seu Comitê Executivo, a punição de quatro anos para casos de doping. O encontro ocorreu em Osaka, no Japão, que abriga o Mundial da modalidade.

A reivindicação partiu dos atletas há dois anos, ganhou força entre os cartolas e foi encampada por Lamine Diack, reeleito presidente da Iaaf.

"Queremos o mínimo de quatro anos em casos de doping para algumas substâncias", defendeu o dirigente, que engrossou o discurso quando questionado se a iniciativa não feria o Código Mundial Antidoping.

"Se necessário, tomaremos medidas para impor esse período de sanção", respondeu.

Antes da promulgação do código, em março de 2003, o atletismo já punia o doping com pena de quatro anos. Reduziu a sanção por causa da nova lei.

"Aceitamos a imposição do COI, mas consideramos a pena de dois anos muito pequena."

Pelas regras da Wada (Agência Mundial Antidoping), que obrigatoriamente têm que ser seguidas por todas as federações olímpicas, o período máximo de suspensão para o primeiro caso positivo é de dois anos. Se houver reincidência, o atleta pode ser banido do esporte.

A Wada chegou a ameaçar algumas modalidades até de exclusão da Olimpíada caso não adotassem seu código. Houve federações que mostraram resistência em sancionar seus competidores em dois anos.

Foi o caso de ciclismo e futebol. A UCI (União Ciclística Internacional) mostrou pouco empenho no combate ao uso de drogas ilícitas. Investigações recentes respingaram suspeitas sobre alguns dos principais atletas da modalidade, como Jan Ullrich, Iván Basso, Alessandro Petacchi e Eric Zabel.

Já a Fifa se opôs a punir jogadores de futebol com dois anos longe dos gramados. O período era considerado alto. Acabou tendo que adotar os princípios do Código Mundial após perder recurso na Corte de Arbitragem do Esporte, em Lausanne, na Suíça, no ano passado.

O atletismo, por outro lado, viveu escândalo em 2003 após a descoberta de laboratório nos EUA que havia criado uma droga --o THG-- especialmente para burlar testes antidoping.

Não bastasse isso, muitos recordes dos anos 80, que ainda estão em vigor, despertam fortes suspeitas de que foram obtidos com a ajuda de drogas. Já houve até dirigentes que defenderam a exclusão dessas marcas, hoje consideradas irreais.

Se aprovada, a iniciativa despertaria ainda mais polêmica. Mas a Iaaf tenta evitar que esse tipo de desconfiança paire sobre o atletismo no futuro.

"Ninguém ficará livre de pena se ganhar uma medalha de ouro através de meios ilegais. Sempre há fraudadores, mas estamos fazendo de tudo para apanhá-los", declarou Diack.

De fato, atualmente, a federação é uma das mais rigorosas na questão. No Mundial de Osaka, a entidade fará mais de mil testes entre os atletas. Na última edição do evento, em Helsinque-05, foram 885.

"Alguns de nossos atletas são testados até oito vezes por ano. Se estivéssemos convencidos de que o esporte foi invadido por fraudadores, teríamos desistido dessa luta", disse Diack.

Procurada, a Wada não se pronunciou sobre a polêmica.

No ano passado, em entrevista à Folha, Dick Pound, presidente da Wada, disse que o assunto seria tema de debate.

"Vamos discutir se a regra de dois anos de suspensão deve permanecer, ser aumentada ou diminuída, em nossa próxima conferência, em Madri [em novembro]", afirmou Pound.

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