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08/01/2002 - 19h44

Paulistas iniciam temporada sob pressão e crise financeira

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da Folha de S.Paulo

Semestre sem estrelas, sem dinheiro, sem contratação em definitivo, sem Libertadores, sem muito tempo. E com pressão.

A situação dos grandes times de São Paulo é bem parecida em 2002. Problemas econômicos, críticas de torcedores e risco de temporada curta e crise ainda maior.

O caos financeiro é geral e afeta até mesmo o Corinthians, que mantém uma parceria com o fundo norte-americano HMTF.

A solução é negociar as estrelas, como o corintiano Luizão e o são-paulino França, jogadores que estão cotados para ir à Copa do Mundo deste ano. Os elencos dos times estão sofrendo verdadeira limpeza.

Gléguer, César Sampaio, Fernando Baiano, Andrezinho, Marcelo, Romeu, Alexandre, Fabiano, Reginaldo Araújo, Leonardo, Émerson, Luis Fabiano, Alencar, Carlos Miguel, Donizete, Fábio Júnior, Tuta, Basílio, Edmílson, Marcelinho, Russo, Élder...

Muitos nomes estão sendo sacados da nata do futebol paulista neste ano. A ordem é enxugar, cortar a folha de pagamento.

Reforçar o time é possível só com empréstimos, reaproveitamento de atletas que estavam emprestados ou por meio de trocas.

Após o fim do passe, o empréstimo de jogadores virou uma tônica. O São Paulo, por exemplo, contratou três jogadores para a temporada: o atacante Reinaldo (ex-Flamengo), o meia Lúcio Flávio (ex-Paraná) e o lateral-direito Rafael (ex-Guarani), todos por empréstimo. Outra aposta do time é Souza, que volta do Atlético-PR após o fim de seu empréstimo.

Os elencos limitados são alvos de críticas e manifestações de torcedores. A Gaviões da Fiel fez protestos nas arquibancadas no ano passado e começou 2002 da mesma forma, cobrando a diretoria, o HMTF e, especialmente, Antonio Roque Citadini, o vice de futebol.

Os palmeirenses "enterraram" simbolicamente quase todo o elenco do time há pouco tempo. Os são-paulinos cobram a diretoria em site na internet. Já os santistas deixam faixas de ponta-cabeça no estádio e passaram a invadir sistematicamente o CT.

O calendário 2002 pode inflamar ainda mais a cobrança de torcedores. Com elencos limitados, os grandes clubes de São Paulo podem ficar quase quatro meses sem atividade nesta temporada.

Como não disputam a Libertadores, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo vão se concentrar no Rio-São Paulo. Mas só quatro times ganham vaga nas semifinais. Após 15 jogos, os times podem encerrar suas caminhadas na competição no dia 14 de abril, quando acontece a rodada decisiva da primeira fase do torneio. Na Copa do Brasil, o problema é o mata-mata.

Um fracasso no Rio-São Paulo deixa um time sem a chance de jogar a pequena fase final do Paulista e tira também as chances de jogar a Copa dos Campeões.

Como o ano é de Copa do Mundo, não haverá atividade para os clubes de elite do país do final de maio até o começo de julho. E, como o Campeonato Brasileiro deve começar apenas no dia 21 de agosto, é possível que os quatro grandes de São Paulo fiquem inativos por quatro meses ou mais.

Neste ano, os clubes vivem ainda efervescência política. O São Paulo terá eleições em abril. O O calendário e a situação de risco que a temporada oferece já despertaram algumas críticas.

"O Paulista tem mais tradição. Acho que o Rio-São Paulo, com os novos integrantes, passa a ser uma nova competição, que está começando agora", disse Rogério Ceni, goleiro e capitão são-paulino.

Carlos Alberto Parreira, o experiente treinador corintiano, já se diz preparado para a temporada diferenciada. "Não é novidade. A gente sabe que, em ano de Copa, o calendário é mais apertado."
 

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