Boca vive dilema para continuar a jogar em La Bombonera

Há mais de um ano, a direção do Boca Juniors (ARG) vive um dilema: como adaptar o histórico estádio de La Bombonera às exigências da Fifa, que determina assentos para todos os torcedores nos estádios de todo o mundo até final do ano.

Após muita discussão, o time argentino vetou a possibilidade de construir um novo estádio. A diretoria tem em mãos quatro projetos para adaptar o La Bombonera às exigências da Fifa sem que a capacidade de público sofra grande redução. Um deles de um arquiteto brasileiro, de Curitiba, cujo nome não foi revelado.

A preocupação é não inibir uma das mais fanáticas e atuantes torcidas do mundo. Com a implantação de assentos, sem nenhuma reforma, apenas 33 mil torcedores poderiam assistir aos jogos no estádio. O número é considerado pequeno pela diretoria.

Até a metade de 2007, cogitava-se sair de La Boca, bairro onde está situado o clube e grande parte de sua torcida. Porém, decidiu-se não destruir a mística da Bombonera.

"Seria como perder a identidade do Boca e significaria um custo altíssimo. Também não há bons lugares para construir um estádio. Temos de ver a melhor maneira de manter e modernizar nosso estádio", explicou o vice-presidente do clube, Pedro Pompilio, ao "La Nacion".

O projeto visa comportar 45 mil torcedores no estádio, pouco menos que os 49 mil atuais, segundo o site oficial do Boca Juniors. E também deve fazer transformações nos acessos, para evitar aglomerações na chegada e saída do público.

O dinheiro para bancar as reformas viria, sobretudo, de um fundo em que os administradores do clube não admitem mexer. Além de Pompilio, o presidente Mauricio Macri, o gerente Andrés Ibarra e o secretário Luis Buzio fazem parte da comissão designada para tratar do assunto. Segundo a imprensa argentina, também seria necessária uma ajuda do governo, algo que poderá ser facilitado, já que Macri foi eleito prefeito de Buenos Aires.

"Na final da Libertadores, contra o Grêmio, entrei no Olímpico e não tive nenhuma sensação de emoção. Nosso estádio é perfeito para prática do futebol e para se assistir de qualquer setor", disse Pompilio, que criticou a distância da arquibancada até o gramado no palco gaúcho. Em breve, o Boca deve anunciar qual o projeto vencedor para transformar a Bombonera.