Publicidade
Publicidade
Recorde mundial dá a Thiago Pereira uma nova missão
Publicidade
MARIANA LAJOLO
da Folha de S.Paulo
Alcançar um recorde mundial é motivo de comemoração: holofotes, símbolo de entrada na elite de uma modalidade. Thiago Pereira, 21, ainda se acostuma a esses efeitos. O nadador, que no domingo passado alcançou a melhor marca dos 200 m medley, na Alemanha, em piscina de 25 m, nunca foi tão assediado. Nunca sentiu tanta confiança em sua performance.
Para um seleto grupo de brasileiros, no entanto, a euforia do recorde logo deu lugar a uma abrupta volta à realidade. Atingir o feito nem sempre significa caminho fácil para alcançar os títulos mais cobiçados.
Para evitar essa reviravolta nos próximos nove meses, no caminho rumo a seu mais importante compromisso, Thiago e o técnico, Fernando Vanzella, já traçaram estratégias. A primeira, e mais urgente, é acostumar o nadador a seu novo status. São inesgotáveis entrevistas, compromissos, badalação e aborrecimentos.
Apesar de Thiago dizer ser tranqüilo lidar com o assédio, tem sido bem mais fácil manter a concentração fora do país, onde o nadador não é reconhecido nas ruas nem chama tanta atenção da mídia. "Antes, ele não era uma personalidade da natação. O assédio agora é totalmente diferente. E ele é uma pessoa carismática, simples, cativa as pessoas", diz Vanzella.
Outra preocupação é com as fases de transição do treinamento. Thiago vai mesclar competições de piscina longa (50 m, distância olímpica) e curta (25 m) até maio, quando o Troféu Maria Lenk bate martelo sobre as vagas em Pequim.
Durante esse período, também deve se dedicar a provas de um só estilo. Quer aprimorar melhor todos os fundamentos. A especialidade do nadador são as provas de medley, que mesclam os quatro estilos. Na piscina curta, o brasileiro também tem melhorado as viradas, uma de suas deficiências.
Um mês antes da competição no Brasil, porém, Thiago irá encarar o Mundial de piscina curta. Mesmo se seu recorde tiver sido superado, ele ainda deverá ser um dos favoritos ao ouro.
"O recorde em curta é muito importante. Mas nosso objetivo é a piscina longa, é ganhar uma medalha na Olimpíada. Essa transição terá de ser feita com cuidado. E essa reta final é um período complicado. A competição [Jogos Olímpicos] é uma realidade, mas ela não chega. É complicado controlar", diz o treinador.
A história tem exemplos de recordistas brasileiros que tiveram seus sonhos frustrados.
Dono da melhor marca e campeão mundial em 1982 na piscina longa, Ricardo Prado era a grande esperança de ouro em Los Angeles-1984. Mas mais de um segundo o separou do canadense Alex Baumann e de atingir a ainda inédita medalha para o país. Prado foi prata.
No primeiro Mundial de piscina curta, na Espanha, em 1993, Fernando Scherer, Gustavo Borges, Teófilo Ferreira e José Carlos de Souza Júnior quebraram a marca do 4 x 100 m livre. No Mundial em longa, no ano seguinte, a equipe levou um bronze. A mesma cor da medalha só seria repetida na Olimpíada de Sydney-2000.
Outro exemplo divide com Thiago a piscina da etapa da Copa do Mundo em MG e as esperanças de pódio na China. Recordista dos 50 m borboleta em 2005, em piscina curta, Kaio Márcio tropeçou no Mundial seguinte, em piscina longa.
Acompanhe as notícias em seu celular: digite o endereço wap.folha.com.br
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas