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20/02/2002 - 08h41

HMTF define hoje se fica no Corinthians

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FERNANDO MELLO
MARÍLIA RUIZ

da Folha de S.Paulo

O futuro da parceria entre Corinthians e o fundo de investimentos HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst) será decidido hoje nos Estados Unidos.

Os acionistas majoritários da matriz da multinacional, que fica em Dallas, viajaram para Nova York e discutirão a manutenção ou não dos vínculos com Corinthians e Cruzeiro, times com quem firmaram parcerias no departamento de futebol.

Caso a decisão seja pela ruptura, o HMTF não terá que pagar multa rescisória às equipes. Em compensação, perderá os direitos sobre todos os atletas com os quais tem contrato. De acordo com a Lei Pelé, os jogadores só podem ficar desportivamente atrelados a clubes _nunca a empresas.

Se o HMTF sair do Corinthians, o clube voltará a ficar com os valores de patrocínio da Pepsi e com as cotas pagas pela TV Globo pelos direitos de transmissão dos torneios de que o time participa.

Se o grupo ficar, os norte-americanos já avisaram que as despesas terão que cair ainda mais.

Com os últimos cortes nos investimentos do HMTF no Parque São Jorge, o clube tem usado recursos próprios para se reforçar. Os direitos federativos sobre Doni, Leandro, Luciano Ratinho e Renato pertencem exclusivamente ao Corinthians.

Antes de decidir se o HMTF continuará no Brasil, os empresários discutiriam ainda ontem a viabilidade da construção de um estádio para o Corinthians na rodovia Raposo Tavares.

A obra está orçada em US$ 100 milhões e não é obrigatória. Caso se decida pela não-construção, mas pela continuidade da parceria, a validade do acordo entre as partes cai de 20 para 10 anos.

Segundo o contrato, assinado em abril de 1999, o fundo tem até abril deste ano para iniciar os trabalhos para erguer a arena.

Três processos em diferentes secretarias da Prefeitura de São Paulo continuam em andamento. Até agora, o fundo não obteve o alvará para dar início às obras.

Já contando com a possibilidade de não ter a sonhada arena construída, a diretoria do clube tirou da gaveta o projeto para a construção de um estádio no terreno onde foi construído o Centro de Treinamento de Itaquera.

Conforme a Folha revelou em setembro último, o HMTF se frustrou com o retorno dado pelo futebol no país e passou a procurar parceiros para gerir as equipes.

Na reunião de hoje, os acionistas decidem se abandonam imediatamente os negócios no Brasil ou se continuam enviando recursos ao país mesmo com a crise que a empresa enfrenta.

Desde o fim do ano passado, o HMTF diminuiu drasticamente seus investimentos na América Latina. Com um prejuízo anunciado de US$ 700 milhões nos países latinos, o fundo resolveu fechar a rede de TV PSN.
Também vendeu suas ações da agência de marketing esportivo Traffic a J. Hawilla, que voltou a deter todas as ações da empresa.

A crise da parceria, que já era séria, agravou-se anteontem. Luizão, o jogador mais caro comprado pelo HMTF _US$ 7 milhões_, entrou na Justiça do Trabalho para rescindir seu contrato. Alega que não recebe há três meses, o que o Corinthians nega.

Antes, os meias-atacantes Marcelinho e Luis Mário também haviam ingressado com ações para pedir a liberação do vínculo.

Com o clima desfavorável, os dirigentes do Corinthians têm mantido cautela. O presidente Alberto Dualib, alegando questões éticas, declarou que esperaria o resultado das reuniões para se pronunciar. O vice-presidente de futebol, Antonio Roque Citadini, seguiu a mesma linha.

Em entrevistas anteriores, Citadini, que está em Campos (RJ) com a delegação do time, disse que o Corinthians está preparado para um eventual rompimento.

Segundo ele, a folha de pagamento do departamento de futebol caiu pela metade e pode ser mantida pelo clube apenas com as receitas de patrocínio e de TV.

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