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22/03/2002 - 19h37

Estudo mostra virtudes e deficiências dos judocas brasileiros

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EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo

Pela primeira vez, o judô brasileiro conta com um raio X de sua elite. Por meio desse estudo foi possível identificar suas deficiências e também pontos fortes, individualmente e como seleção.

Com seu perfil pessoal em mãos, os judocas têm condições de adequar suas rotinas de treino com base nas médias dos demais atletas de suas categorias, o que seria útil na preparação para seletivas nacionais, e também nos dados de equipes de outros países.

Uma das conclusões da pesquisa foi a de que os brasileiros são deficientes na potência aeróbica, fator importante quando o judoca tem de disputar diversos combates no mesmo dia, com intervalos curtos.

Quanto à capacidade anaeróbica (condição de realizar exercícios de elevada intensidade), registraram bons resultados.

O trabalho teve como base dados obtidos em três dias de testes realizados no mês passado com 45 atletas da seleção permanente, pelos especialistas Alexandre Nunes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Emerson Franchini, do Mackenzie, São Judas e Unaerp, e Josué Moraes.

"No judô, a técnica e a tática são primordiais. Por isso, a condição física ganha grande importância quando os atletas estão nivelados nos dois aspectos", afirma Franchini, cujo trabalho que apresentou durante o congresso científico do último Mundial foi premiado.

Outro adepto da aplicação dos dados aos treinos é o medalhista olímpico Douglas Vieira, que hoje orienta outros judocas. "A pesquisa tem de ser traduzida em forma de treinamento", argumenta.

"Ter esses dados é bom para ver quais as médias dos rivais e descobrir o que precisa forçar", concorda o pesado Daniel Hernandez.

Mas o técnico dos medalhistas olímpicos Carlos Honorato e Tiago Camilo, Mário Tsui Tsui, questiona os números iniciais. "Os testes foram feitos quando os atletas voltavam de férias, de descanso."

Ao confrontar os dados de brasileiros com os de estrangeiros, o estudo apontou que um dos pontos fracos dos judocas nacionais, como grupo, é a potência aeróbica.

Nesse quesito, em números, a média dos brasileiros, 48,7 ml/kg/min, equivale à dos japoneses (45,9), mas é inferior à de poloneses (60,2), canadenses (59,2) e franceses (59,8).

Entre as mulheres, a diferença é maior entre brasileiras, 41, e americanas, 52. Canadenses e francesas estão em uma faixa similar, com 43,7 e 44.

Quanto à capacidade anaeróbica, sugerida como a principal variável física para o bom desempenho no judô, as nacionais exibiram melhor desempenho. O indicador foi o número de arremessos de pesos durante 1min15s. As brasileiras conseguiram 27 arremessos, e as polonesas, 23. Os nacionais fizeram 28, e os poloneses, 27.

Em outras categorias, o percentual de gordura dos brasileiros (quanto menor o índice, melhor), está dentro do padrão internacional. Eles têm 10,3% de gordura no corpo.

Canadenses, americanos e universitários do Japão, 9,3%, 8,3% e 16,2%, respectivamente. Entre as mulheres, os percentuais são, para Brasil, Canadá e EUA, 17,4%, 15,2% e 15,2%.

Em força, os nacionais são superiores aos canadenses. Os brasileiros levantam 111 kg no supino, e os canadenses, 100 kg.
 

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