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15/04/2002 - 19h51

Liga não aceita Campeonato Brasileiro organizado pela CBF

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da Folha de S.Paulo

Os representantes da Liga Nacional decidiram hoje que não irão aceitar que o próximo Campeonato Brasileiro seja organizado pela CBF.

Em reunião realizada em São Paulo, os dirigentes definiram, por unanimidade, que farão o torneio, mesmo que isso custe um rompimento com a entidade máxima do futebol nacional.

Participaram do encontro representantes dos 52 clubes escalados para disputar a primeira e segunda divisões do Brasileiro _ com exceção do Vasco _, além da Rede Globo, que detém os direitos de transmissão do torneio.

A medida é uma resposta às federações estaduais que, na semana passada, em Teresópolis (RJ), firmaram documento que obriga a CBF a ser a "única responsável pela organização e direção do Campeonato Brasileiro".

Assim, os dirigentes das entidades estaduais decidiram não mais cumprir em 2003 o calendário quadrienal, o que põe fim ao pacto firmado no ano passado entre o então ministro do Esporte e Turismo, Carlos Melles, João Havelange (ex-presidente da Fifa), Pelé, Clube dos 13 e a CBF.

No que ficou conhecido como "pacto da bola", firmaram a intenção de apoiar às ligas e de fazer do país a sede da Copa 2010.

O acordo foi colocado em prática nesta temporada pela CBF e pelas federações por causa da pressão da CPI no ano passado.

Em março, os principais clubes criaram a Liga para organizar e comercializar o Brasileiro-2002.

Com a mudança do calendário, perderiam espaço os torneios regionais, como o Rio-São Paulo.

Já os campeonatos estaduais, organizados pelos dirigentes que participaram da reunião em Teresópolis, voltariam a ser as principais competições disputadas no primeiro semestre.

"Não se pode voltar atrás (no pacto). O calendário quadrienal não foi criado por nós. Agora, isso (organização do Brasileiro pela CBF) é para dar emprego a esses presidentes de federações, que são um bando de sugadores. Se não for como a gente quer, vamos fazer um campeonato à revelia da CBF, mesmo que nos custe três vagas na Libertadores", disse Zezé Perrela, presidente do Cruzeiro.

Segundo ele, houve consenso hoje entre os representantes dos clubes de que o estatuto da CBF deve ser alterado.

Pelo organograma da entidade, 27 federações estaduais têm direito a voto na Assembléia Geral da CBF, contra 26 clubes da primeira divisão do futebol brasileiro.

"Isso é um absurdo. Como eu posso ter o mesmo poder de decisão do que um dirigente de uma federação amadora", disse o dirigente mineiro, que pretende se reunir nesta semana com o Ministro do Esporte e Turismo, Caio Carvalho, para discutir o assunto.

"Eu vou pedir que ele inclua essa alteração no bojo da medida provisória que será editada pelo Governo", completou.

Na avaliação dos dirigentes de clubes que participaram da reunião de hoje, a CBF agora deve postergar o registro da Liga Nacional, mas acabará cedendo.

"Eles (CBF) não têm condições de organizar o Brasileiro sem a gente", disse o vice de futebol do Corinthians, Roque Citadini.

"Vamos seguir rigorosamente o que foi aprovado. As ligas existem por disposição legal, mas entendo que não haverá rompimento com a CBF", declarou Fábio Koff, presidente da Liga.

O presidente da Globo Esportes, Marcelo Campos Pinto, também reiterou o apoio à Liga Nacional. "A TV Globo participou da reunião para a criação do calendário quadrienal. Quando ele foi aprovado já se entendia que a Liga seria criada. Por uma questão de justiça e direito o Brasileiro deve ser organizado pela Liga", disse o executivo da emissora, cujo contrato para a transmissão do Nacional se encerra em 2005.
 

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