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13/05/2002 - 11h34

Jogo de equipe tem história longa na F-1

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da Folha Online

Não foi ontem, no GP da Áustria, que a F-1 viu pela primeira vez o "jogo de equipe" entrar na pista.

Muitas equipes antes da Ferrari já tinham tomado a decisão de mandar o segundo piloto abrir para que o mais bem colocado no campeonato vencesse ou conquistasse um maior número de pontos. Nenhuma, porém, causou tanta polêmica.

Há quatro anos, a McLaren ordenou que David Coulthard e Mika Hakkinen invertessem posições para que o finlandês vencesse o GP da Austrália, etapa de abertura da temporada 98. Houve reclamação, mas ninguém foi punido.

No ano seguinte, a FIA tentou deixar mais clara sua posição sobre o assunto, dizendo explicitamente que não há nenhuma proibição para tal, em um comunicado oficial de 26 de agosto de 1999, mas advertiu: "qualquer ato prejudicial aos interesses da competição é vetado e poderá ser penalizado".

"É perfeitamente legítimo uma equipe decidir que um de seus pilotos é o postulante ao título do campeonato e que o outro o favorecerá. O que não é aceitável, na visão do Conselho Mundial, são arranjos que interfiram na corrida e que não possam ser justificados pelo interesse no campeonato", completa o comunicado.

Assim, no final da temporada 99, Michael Schumacher estava fora da disputa do Mundial de pilotos _tinha sofrido um acidente no GP da Inglaterra e perdido as seis provas seguintes com a perna quebrada_ e cedeu a liderança do GP da Malásia, penúltima etapa, para seu companheiro de Ferrari, Eddie Irvine, que disputava o título com Hakkinen.

O norte-irlandês entrou na pista na última corrida do ano, o GP do Japão, só precisando ficar à frente do finlandês para ser campeão e pôr fim ao jejum de títulos da escuderia.

Não conseguiu, e o alemão não lhe cedeu a segunda colocação. Mas garantiu a ida do título de construtores para Maranello.

No ano passado, Barrichello cedeu a segunda posição no mesmo GP da Áustria a Schumacher, também na reta de chegada. Coulthard venceu a prova e o alemão somou mais pontos para a, até então, apertada luta pelo tetracampeonato _que ao final se mostrou muito menos acirrada.

No passado era diferente
Nos anos 70 e 80, a F-1 não vivia um época de tantas disputas fora das pistas. Muitos foram os casos onde pilotos de uma mesma equipe atrapalharam uns aos outros ou até mesmo disputaram entre si o campeonato.

Em 1973, Emerson Fittipaldi, então campeão do mundo e primeiro piloto da Lotus, disputava o título com o escocês Jackie Stewart (Tyrrell) e com seu companheiro de equipe, o sueco Ronnie Peterson.

No GP da Itália, em Monza, o chefe de equipe Colin Chapman não mandou seu segundo piloto abrir a porta ao brasileiro, e Peterson venceu a corrida com Fittipalfi em segundo. No final do ano, o campeão foi Stewart, e a Lotus _que vencera com seus pilotos sete das 15 provas da temporada_ amargou a segunda colocação (Emerson) e a terceira (Peterson).

No ano seguinte, Niki Lauda e Clay Regazzoni disputaram ponto a ponto o campeonato, ambos na Ferrari. Resultado: Emerson foi campeão, agora correndo pela McLaren.

A McLaren viveu uma época semelhante na década de 80, mas o chefe da equipe Ron Dennis nunca deu preferência a um ou outro de seus pilotos.

Em 84, a equipe inglesa venceu 12 das 16 etapas e o título ficou o austríaco Niki Lauda, que conquistou seu tricampeonato; Alain Prost foi o vice, apenas meio ponto atrás _o GP de Mônaco tinha sido encerrado antes do final e os pontos só valeram a metade.

Na temporada de 1986, a Williams tinha os melhores carros e Nélson Piquet e Nigel Mansell disputavam o título com Prost. Sem favorecimento de Frank Williams a qualquer um de seus pilotos, ao final, Prost foi o campeão dois pontos à frente do "Leão inglês", que só tinha um ponto à mais do que o brasileiro.

No ano seguinte, o domínio da Williams foi ainda maior, e Piquet conquistou seu tricampeonato desbancando Mansell na última prova, disparados à frente dos demais.

Em 88, Ayrton Senna e Prost passaram a dominar o Mundial à bordo da McLaren/Honda _perderam apenas uma corrida na temporada_, e o brasileiro venceu seu primeiro título por apenas três pontos.

No ano seguinte, a polêmica decisão no GP do Japão, quando os dois pilotos da McLaren bateram na largada, e o francês foi tricampeão. Em 1990, Prost estava na Ferrari e Senna deu o troco, na mesma moeda e no mesmo circuito de Suzuka, levantando o título.

com agências internacionais

  • Leia mais: no especial de F-1
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