Protestos políticos marcam a partida entre Paraguai e Brasil

Era um jogo de futebol, mas os paraguaios aproveitaram o confronto de ontem no estádio Defensores del Chaco para falar também de política.

Na arquibancada atrás de um dos gols, o setor com os ingressos mais baratos, destacava-se uma grande faixa pedindo "Justiça em Itaipu".

A revisão do tratado da hidrelétrica dividida por Paraguai e Brasil foi uma das bandeiras da eleição de Fernando Lugo para a presidência paraguaia.

A polícia não tirou a faixa dos torcedores, que lotaram completamente o estádio de Assunção --houve larga presença de cambistas do lado de fora.

Polícia, aliás, que fez um megaesquema para proteger os 2.000 brasileiros que foram ao jogo. Mesmo em um setor isolado da torcida paraguaia, os seguidores do time de Dunga eram ladeados por dois cordões de agentes, cada um deles com cerca de 50 homens.

Mas o jogo em nada lembrou os tempos de alçapão temido do Defensores del Chaco. Começou com a torcida da casa quase toda sentada e calada.

Jogar algum objeto no gramado também era ontem algo impossível, já que foram instaladas alambrados de quase dez metros atrás dos gols.

As proteções foram instaladas após dois incidentes com times brasileiros. Neste ano, a torcida arremessou objetos em campo após derrota do Cerro Porteño para o Cruzeiro. O mesmo ocorrera com o Grêmio, em 2007.