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07/06/2002 - 17h00

Copa-2002 assiste à decadência do futebol de resultado

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EDUARDO VIEIRA
da Folha Online

Na contramão do pensamento do técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, para quem "o jogo bonito já passou da época", a Copa-2002 vem registrando números que colocam em dúvida a predominância do futebol de resultado.

Nos 23 jogos realizados até o momento na Coréia do Sul e no Japão, a média de desarmes foi de 143 por partida. Na França, quatro anos antes, o fundamento apresentava índice de 157 _decréscimo de 8,8%.

A marcação menos ostensiva colabora para o aumento da média de gols na mesma proporção. A rede foi balançada 59 vezes até aqui no Mundial-2002 (média de 2,56), contra 54 gols de 1998 (2,56). O progresso foi de 8,6%.

A tendência do jogo mais aberto pode ser verificada também no esquema e no número de jogadores com características ofensivas das principais seleções.

As grandes favoritas ao título abriram mão, no meio-campo, de volantes e apostam em jogadores mais afeitos à criação.

Inglaterra, Argentina, França e até mesmo o Brasil têm jogado praticamente com três atacantes, prática que havia caído em desuso em meados dos anos 80.

Em sua primeira partida, a Inglaterra radicalizou e escalou um time com três atacantes e sem nenhum cabeça-de-área. A equipe comandada pelo sueco Sven-Goran Eriksson tinha os meias Beckham, Hargreaves e Scholes _este um pouco mais recuado_ e Owen, Heskey e Vassel à frente.

Roger Lemerre também optou por desprezar o sistema defensivo na França. A atual campeã do mundo tem em seu time-base os meias Petit e Zidane e os atacantes Trezeguet, Wiltord e Henry. Vieira é o único volante fixo.

Argentina e Brasil possuem esquema parecido. Ambos atuam no 3-5-2, com um único meia de contenção _Simeone no time platino e Gilberto Silva no brasileiro.

As duas equipes também atacam com três jogadores, sendo que um chega de trás. Na Argentina, o técnico Marcelo Bielsa aposta em Batistuta, Kily González (ou Claudio López) e Ortega, enquanto Scolari faz seu trio ofensivo com Ronaldo e Rivaldo e Ronaldinho.

Juninho, no Brasil, e Verón, na Argentina, ficam responsáveis pela armação.

Espanha e Portugal, outros dois favoritos no primeiro Mundial do milênio, também dão prioridade à criatividade no meio-campo. As duas equipes ibéricas possuem somente um cabeça-de-área e armam com três jogadores.

Para os portugueses, Petit é o único destruidor de jogadas nato no setor, enquanto Baraja assume a tarefa para os espanhóis.



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