14/06/2002 - 12h21

Copa se despede de astros, alguns para sempre

da Folha Online

As lágrimas de Luis Figo, o melhor jogador do mundo em 2001, após a desclassificação da seleção de Portugal na Copa do Mundo-2002, nesta sexta-feira ilustram o que o Mundial da Coréia e do Japão está causando a algumas de suas estrelas.

Reuters Melhor do mundo, Figo, chora eliminação

As muitas surpresas que a primeira fase reservou para a competição, como a eliminação de equipes favoritas, como Portugal e Argentina, e até a campeã do mundo, França, deixaram alguns dos melhores jogadores do mundo aos prantos nos gramados, decepcionados pelo fracasso.

Atletas como Zidane, Figo ou Hernán Crespo, os três jogadores de futebol mais caros do planeta, deram charme e prestígio à competição, mas somente isso não bastou para evitar a eliminação precoce de suas seleções, ainda na primeira fase.

O maior exemplo desse estranho "fenômeno" foi a França, atual campeã mundial. Zidane chegou aos gramados da Coréia como a maior esperança para o bicampeonato dos "Bleus", mas contundiu-se antes da estréia francesa e participou apenas de 90 minutos da Copa.

Luis Figo, o melhor jogador do mundo no ano passado, naufragou ao lado da equipe lusitana. Os portugueses chegaram à Ásia como os grandes favoritos de um grupo que contava com equipes de pouca expressão _EUA, Coréia e Polônia_ mas esse favoritismo não se confirmou e eles foram desclassificados com duas derrotas.

Também na Argentina os craques tiveram pouco o que comemorar. Verón, considerado o grande criador argentino, foi o mais marcado do time de Marcelo Bielsa. Jogou mal e ficou no banco de reservas durante o primeiro tempo da partida que eliminou a Argentina da Copa, contra a Suécia. Crespo, avaliado em US$ 53 milhões, não foi nem mesmo titular.

Em outra seleção sul-americana, o craque do time brilhou, mas não conseguiu levar sua equipe à segunda fase. O uruguaio Alvaro Recoba comandou a "Celeste Olímpica" na Copa. Fez lançamentos que terminaram em gol, marcou o seu, mas o limitado time do Uruguai terminou fora da segunda fase.

Okocha, a estrela da Nigéria, viveu a mesma situação do uruguaio. A equipe chegou com um elenco inexperiente no Mundial, empatou apenas um jogo e jogou mal. O meia, no entanto, manteve seu brilho, com muitos dribles e passes preciosos.

Outro astro africano, no entanto, decepcionou. O atacante Mboma, de Camarões, naufragou junto com sua equipe. Marcou apenas um gol na Copa, na estréia, e depois não encontrou mais as redes.

Adeus definitivo
Coréia e Japão viram também despedidas melancólicas de jogadores que fizeram história em Mundiais passados.

Reuters Batistuta decepcionou e só fez um gol

Batistuta, 33, disputou sua última Copa. Mas seu desempenho não foi o esperado. Ele chegou à Ásia com a excelente média de um gol por jogo em Mundiais, mas deixou o Japão depois de balançar apenas uma vez as redes, contra a Nigéria.

O caso mais triste, no entanto, foi o do croata Suker, 34. Artilheiro da Copa de 98, ele chegou ao Mundial de 2002 fora de forma. Começou como titular na estréia da Croácia, mas perdeu a posição e assistiu do banco de reservas a eliminação de sua seleção, após uma derrota para o Equador.

Além da dupla de artilheiros, a lista de grandes jogadores que foram eliminados na primeira fase de sua última Copa do Mundo é extensa.

Somente na França, serão quatro jogadores que terão mais de 35 anos no próximo mundial e dificilmente defenderão a seleção. Em quatro anos o meia Djorkaef estará com 38 anos, assim como Lebouf. Lizarrazu terá 36 e Desailly chega aos 37.

O equatoriano Aguinaga, 34, comandou sua seleção nas eliminatórias e levou o país para sua primeira Copa. Mas, na Ásia, estava machucado e jogou por poucos minutos. O pouco tempo, entretanto, não impediu que ele mostrasse bom futebol, sendo um dos responsáveis da primeira vitória do Equador em um Mundial, contra a Croácia.

Alguns atletas nem mesmo chegaram a defender sua seleção. Mostovoi, 33, era a grande esperança da Rússia, mas se contundiu antes do início da competição e não entrou em campo.

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