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01/08/2002 - 20h10

Após três vices, São Caetano descarta permanência de Picerni

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da Folha de S.Paulo

No "day after" da final frustrada da Libertadores, a diretoria do São Caetano se reuniu e descartou a permanência de Jair Picerni, técnico que comandou a equipe nos últimos dois anos e meio.

Diplomaticamente, os dirigentes esperam que o treinador se apresente sábado para rescindir o contrato (com prazo até final do ano), dando espaço para que ele solicite sua demissão.

Com sua saída, o time do ABC perderá sua cara mais visível, afinal, ele liderou as equipes vice-campeãs nacionais de 2000 e 2001 e continental de 2002.

Mas a série de fiascos nas finais acabou desgastando sua relação dentro clube. Sua dispensa já podia ser sentida nos vestiários do Pacaembu, minutos após a derrota para o Olimpia, do Paraguai.

"Tudo bem perder uma ou duas finais. Perder três não dá. Temos de mudar e não adianta mudar só jogadores", afirmou o diretor de futebol Genivaldo Leal, em tom de crítica aberta a Picerni.

Em sua entrevista coletiva, na madrugada de hoje, o técnico já dava tons de despedida.

"A responsabilidade da derrota é minha", "Acredito que minha expulsão acabou quebrando todo um trabalho" ou "O negócio agora é silenciar e depois decidir sobre o futuro" foram suas frases.

Hoje foi a vez de o presidente do clube, Nairo Ferreira, se reunir na sede social da agremiação com Leal e o vice-presidente de futebol, Luiz de Paula.

Na saída, Ferreira não quis oficializar o corte do treinador e desconversou falando coisas como "seguir um trabalho que vem dando resultado".

Quando o assunto foi o técnico, respondeu: "Esperamos o Jair Picerni aqui no sábado para conversar e achar um denominador comum, bom para os dois lados".

O técnico decidiu se isolar hoje em um sítio na cidade de Vinhedo (95 km a noroeste da capital paulista) e não deu entrevista.

No clube, já se cogitam nomes para substituí-lo, entre eles, dois que têm um perfil parecido por terem dirigido clubes do interior e alguns grandes da capital: Nelsinho Baptista e Candinho.

Por seu lado, os jogadores pediram a continuidade do treinador. "Não tem porque trocar. Ele fez um ótimo trabalho", afirmou o zagueiro Dininho.

A maioria deles poupou o técnico e preferiu minimizar a influência de sua expulsão para o estado anímico do time na final.

Só o meia Adãozinho declarou que o fato afetou o grupo. "Faltou a força que ele sempre nos deu à beira do gramado."

Picerni chegou ao clube do ABC na virada de 1999 para 2000. O time estava na Série A-2, a segunda divisão paulista. O time ganhou o título, o único do treinador no comando da equipe, e foi para a elite estadual.

No segundo semestre, surpreendeu sendo vice da segunda divisão nacional, o que, no esdrúxulo regulamento daquele ano, lhe concedeu vaga para os mata-matas da primeira divisão. Só parou diante do Vasco na finalíssima do torneio.

Em 2001, a equipe, de apenas 12 anos, repetiu a dose e perdeu só na decisão com o Atlético-PR.

Após as duas frustrações, o clube esperava se redimir com o troféu continental. Tanto Picerni como a diretoria falavam antes da final que não havia espaço para um novo vice. Mas ainda não foi dessa vez.
 

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