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01/09/2002 - 07h01

Brasil pode ter apenas um piloto no Mundial-2003 de F-1

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do enviado a Spa

15 de janeiro de 1978. No antigo traçado de Buenos Aires, Emerson Fittipaldi, com seu Copersucar, era o único brasileiro a alinhar no grid. Após um período fértil em títulos e em aventureiros do país pelas pistas, o Brasil vivia sua primeira fase de baixa na F-1.

Em julho daquele ano, no entanto, surgiu Nelson Piquet. De lá para cá, por 23 anos, o Brasil sempre contou com mais de um representante na principal categoria do automobilismo, pilotos como Ayrton Senna, Ricardo Rosset, Christian Fittipaldi, Roberto Moreno, Pedro Paulo Diniz, Chico Serra, Ricardo Zonta...

Mas, a julgar pelos fatos dos últimos dias e na esteira da crise que ameaça fechar equipes, o Brasil pode voltar a ter só um piloto no grid em 9 de março de 2003, na abertura da próxima temporada: Rubens Barrichello.

Após o GP da Bélgica, hoje, em Spa, faltarão três etapas para o fim do campeonato. E o ferrarista é, até agora, o único brasileiro confirmado para o ano que vem.

Um a um, outros pilotos do país, na F-1 ou em categorias-escola, estão vendo minguar suas chances no próximo Mundial.

A situação chegou a um ponto em que dois brasileiros, Felipe Massa e Enrique Bernoldi, disputam uma mesma vaga, na Jordan.

Massa ainda está tentando um lugar na Toyota, alvo de Cristiano da Matta, líder da Indy, e de Antonio Pizzonia, piloto da F-3000.

Há grandes chances, porém, que esses carros não fiquem com nenhum brasileiro. A lista de pretendentes é extensa e inclui Eddie Irvine, Anthony Davidson, Jos Verstappen, Takuma Sato, Tomas Enge e Sebastien Bourdais.

Cada um com sua dose de patrocínios pessoais e tentando vender para as equipes a idéia de que podem ajudá-las a conseguir vantajosos acordos comerciais.

"O segredo, agora, é conseguir casar os interesses comerciais da equipe com as possibilidades que o piloto pode oferecer. Há poucas vagas no mercado, e a questão comercial é importantíssima", afirmou Ricardo Tedeschi, empresário de Massa.

"Os patrocínios pessoais passam até a ser irrelevantes. Não é US$ 1 milhão que fará diferença nos orçamentos hoje."

Empresário de Rubens Barrichello, Fred della Noce tem uma explicação para o fato de existirem tão poucas vagas na F-1.

"Hoje, há a F-3 francesa, inglesa, alemã, italiana e sul-americana. Tem F-Renault italiana, inglesa, brasileira, européia. Há a Super Nissan e duas F-3000. São dezenas de campeonatos preparatórios, com centenas de pilotos e um só objetivo, a F-1. Até a Indy, em crise, tenta ser canal para a F-1."

Para ele, não basta um piloto ser bom. "Para chegar aqui, atualmente, o sujeito tem que ser bom, boa pinta, saber falar com patrocinadores e ter apoio financeiro. Ou tem que ter muita sorte, como o (Kimi) Raikkonen."

Segundo Barrichello, a ascensão de pilotos jovens nos últimos anos agravou esse processo. "Os exemplos do (Kimi) Raikkonen e do Massa foram péssimos para o automobilismo em geral. O pessoal está no kart e já pensa que em dois anos chegará à F-1."

Massa e Bernoldi, por enquanto, evitam falar de mercado. Dão respostas evasivas, não comentam suas chances. Nem precisavam. O primeiro foi dispensado pela Sauber. O segundo está vendo sua equipe, a Arrows, falir. Em Spa-Francorchamps, a aparência desanimada dos dois já diz tudo.

Leia mais: no especial de F-1
 

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