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25/10/2002 - 08h46

Brasileira iguala homens em Mundial de boxe

EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo

A leve (até 60 kg) brasileira Ana Paula Lucio Santos, 24, derrotou por pontos (14 a 10) a atual campeã mundial feminina de 2001 da categoria dos meio-médio-ligeiros (até 63,5 kg), a sueca Frida Wayber, pelas quartas-de-final da segunda edição do Mundial feminino amador, e garantiu o bronze, ontem, em Antalya, na Turquia.

Com o resultado, Santos igualou a melhor marca masculina já registrada em competições amadoras de ponta, o Mundial masculino e os Jogos Olímpicos, respectivamente, por Hamilton Rodrigues e Servílio de Oliveira.

Participam da competição 185 atletas, de 35 países. Na categoria de Santos, competiam 22 atletas.

É a primeira vez que brasileiras participam de uma competição internacional de boxe feminino.

"Antes da luta [de ontem], nem sabia quem era minha adversária. Só quando terminou a luta é que me disseram que ela era campeã do mundo. Nem acreditei. Agora é ter fé em Deus e ir em frente", afirma Santos, que é evangélica, por meio de contato telefônico.

O treinador da seleção feminina, Gabriel de Oliveira, justifica a decisão de não informar Santos sobre a identidade de sua rival ao afirmar que não queria desestabilizá-la. "Ela poderia se abalar."

Santos, que manteve sua invencibilidade, com 12 vitórias em igual número de combates, volta a competir hoje, aproximadamente às 13h (horário de Brasília), pelas semifinais da competição, contra a canadense Jennifer Ogg.

O fato de a brasileira ter garantido vaga nas semifinais depois de ter vencido apenas duas lutas é explicado pelo fato de o sorteio ter favorecido Santos, que não disputou a primeira rodada do torneio.

Santos venceu na estréia a italiana Barbara Commo, anteontem.

Originalmente, enfrentaria ontem a polonesa Anna Kasprzak, expulsa quando a Associação Internacional de Boxe Amador descobriu que ela havia passado a profissional. Como Kasprzak havia eliminado Wayber, esta recuperou sua vaga na competição.

A peso-pesado Cristiane Valério Nascimento, 30, perdeu em sua estréia, por pontos (22 a 16), para Jyodsana Java, da Índia.

"Ao invés de treinar, muitos dias fiquei procurando patrocínio", aponta Nascimento, em alusão ao fato de ter comprado sua passagem, com apoios pessoais, horas antes do embarque para a Turquia.

Todas as lutadoras viajaram graças a apoios pessoais e ao patrocinador da CBB (Confederação Brasileira de Boxe). Por falta de verba, não foi possível realizar concentração ou treinamentos prévios com o técnico Oliveira.

Uma terceira brasileira, a médio-ligeiro Maria Luciane Ferreira, também já foi eliminada.

Os melhores resultados de brasileiros em Mundiais ou Jogos Olímpicos eram os bronzes do mosca-ligeiro Hamilton Rodrigues, no Mundial dos EUA-86, e do mosca Servílio de Oliveira, na Olimpíada do México-68.
 

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