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30/10/2002 - 00h01

Latino-americanos querem acabar com limite de estrangeiros na Europa

da Folha de S.Paulo

Com Brasil e Argentina divididos, a OMC (Organização Mundial do Comércio) será palco de uma batalha na tentativa de abrir o mercado esportivo europeu para os atletas latinos-americanos.

O objetivo, no caso do futebol, é acabar com o limite de três jogadores sem nacionalidade de um dos membros da União Européia por clube em mercados poderosos, como o da Espanha.

Quem vai liderar a reivindicação latino-americana é a Argentina, que deve contar com a ajuda de México e Uruguai na empreitada. "O que pretendemos é que um jogador que queira ir desempenhar seu trabalho em outro país possa fazer isso sem restrições", afirma Alfredo Vicente Chiaradia, embaixador argentino na OMC, em Genebra (Suíça).

Para ganhar a causa, o diplomata alega que um jogador é como um prestador de serviço individual, como um advogado, um arquiteto ou um cabeleireiro.

Atualmente é negociada uma abertura no comércio internacional de serviços. "Consideramos que o deslocamento de profissionais em geral para a prestação de serviços contribui para a melhor distribuição dos recursos produtivos no mundo", diz Chiaradia.

Já o Brasil não deve, de início, fazer parte da causa.

Presidente da CPI que investigou a CBF na Câmara, além de chefiar a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Casa, o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) apelou à diplomacia brasileira para que o assunto não fosse tratado agora pelo país na OMC.

De acordo com o deputado, se as restrições acabarem, o ganho que o país terá com a exportação de jogadores não está claro.

"Pode acontecer uma evasão de atletas sem reversão financeira para os clubes e o país", diz Rebelo, que teme também uma debandada de menores para a Europa se o desejo argentino realizar-se.

Em entrevista ao jornal "Gazeta Mercantil", o embaixador brasileiro em Genebra, Luis Felipe de Seixas Corrêa, disse que aceitou o pedido do deputado Rebelo "até formação de melhor juízo sobre o interesse nacional".

Hoje, os atletas argentinos têm muito mais a ganhar do que os brasileiros se as barreiras esportivas na Europa acabarem.

Além do futebol, muito mais enfraquecido financeiramente do que no Brasil, a Argentina tem atualmente uma legião de atletas do basquete e do vôlei atuando no continente europeu.

Se as restrições para sul-americanos no futebol da Europa acabarem, um dos efeitos será o fim da falsificação de passaportes da União Européia.

Na temporada passada, só na Espanha, mais de 20 jogadores argentinos atuavam com documentos europeus, sendo que muitos foram alvos de investigação.

No caso dos brasileiros, foram descobertas fraudes até em passaportes de jogadores famosos, como o goleiro Dida, campeão do mundo em 2002.
 

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