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07/11/2002 - 09h00

Argentina colhe safra vencedora no tênis em 2002

FERNANDO CAMINATI
SILVIO NAVARRO

da Folha Online

Quando Gustavo Kuerten desembarcou na capital paulista para a disputa do Desafio entre brasileiros e argentinos, ele fez questão de elogiar o brilhante retrospecto dos adversários na temporada 2002, uma temporada de "vacas magras" para ele.

Enaltecer a performance do tênis argentino neste ano também foi marca constante em todas as entrevistas que o número dois do Brasil, Fernando Meligeni (que nasceu em Buenos Aires e se naturalizou brasileiro ainda criança) deu durante a semana. Com o mineiro André Sá e o capitão do time nacional, Jaime Oncins, a história não foi diferente.

"Este ano o Desafio tem um charme a mais em virtude do alto nível que está essa equipe argentina", disse Guga. "Eles tiveram um ano excelente, principalmente o Nalbandián [David]", completou Meligeni.

E não foi à toa que os brasileiros rasgaram elogios aos vizinhos platinos. 2002 foi um ano memorável para eles. Se a presença de argentinos nos principais torneios já não é novidade tão grande, em 2002 eles venceram títulos e se destacaram mesmo fora do saibro.

No total, a Argentina faturou oito títulos no circuito e terminou a temporada como o país com maior número de representantes entre os top 50 do ranking de entradas _sete, superando os Estados Unidos (6) e Espanha e França, ambos com cinco. Em conquistas, o país foi o terceiro do ranking, atrás apenas dos espanhóis e norte-americanos.

A legião é encabeçada pelo 12º do mundo, David Nalbandián, de 20 anos, apenas dois deles como profissional. Primeiro sul-americano finalista em Wimbledon desde 1959, ele conquistou ainda os títulos dos Torneio do Estoril (Portugal) e da Basiléia (Suíça) em 2002.

"Foi uma temporada muito boa. Mas não é só a Argentina que melhorou, a América do Sul cresceu", disse o tenista de Córdoba, que teve uma carreira juvenil muito boa, com títulos em dois Grand Slams da categoria: Aberto dos EUA-1998 e Roland Garros-1999.

Completam a invasão argentina no top 50 da ATP Guillermo Cañas (15º do ranking), Gastón Gaudio (21º), Juan Ignácio Chela (23º), José Acasuso (40º), Agustín Calleri (45º) e Guillermo Coria (46º). Outros dois tenistas do país, Mariano Zabaleta (53º) e Franco Squillari (81º), também terminaram o ano entre os cem primeiros. Confira todos os títulos dos argentinos.

No ranking da Corrida dos Campeões de duplas, o país ainda teve a 17ª parceria do ano: Lucas Arnold e Gastón Etlis, que venceram dois títulos em 2002.

Entre as mulheres, a melhor atleta do país é Paola Suárez, 27ª colocada na lista da WTA (Associação Feminina de Tênis). A melhor brasileira, por exemplo, a catarinense Maria Fernanda Alves, está 270 posições atrás dela.

Nas duplas, Suárez (jogando com a espanhola Virginia Ruano Pascual) foi campeã de Roland Garros e vice em Wimbledon.

A compatriota Clarisa Fernández, 21, também mostrou força ao vencer a própria Suárez e chegar às semifinais de simples em Roland Garros, repetindo feito de Gabriela Sabatini em 1995 _Fernández só pararia ao encontrar a norte-americana Venus Williams, vice-campeã do torneio.

Na Copa Davis, a Argentina também foi longe. Depois de voltar à elite da competição em 2001, a equipe foi à semifinal do Grupo Mundial. Mesmo com a derrota para a Rússia em Moscou, o país obteve seu melhor resultado desde 1981 _quando o time de Guillermo Vilas e Jose Luis Clerc perdeu na final para os EUA de John McEnroe.

Vilas, aliás, é o grande "culpado" pela explosão do tênis argentino dos anos 90 para cá. Entre a década de 70 e 80, ele conquistou 39 títulos na ATP Tour, incluindo quatro Grand Slams: Roland Garros-77, Aberto dos EUA-77 e Aberto da Austrália-78 e 79. Em 19 anos de carreira, Vilas venceu 686 jogos e perdeu 214 _aproveitamento de 68,8%_ e amealhou quase US$ 5 milhões em prêmios.

Só não chegou a liderar o ranking mundial. Este feito coube ao chileno Marcelo Ríos e a Guga trazerem para a América do Sul. Fica o incentivo da superação do mestre para a nova geração do tênis argentino.

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