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05/12/2002 - 15h21

Pizzonia se prepara para estrear em meio a demissões na Jaguar

da Folha Online

Como se não bastasse ter de lidar com o acerto do motor novo e a adaptação na Fórmula 1, o piloto amazonense Antonio Pizzonia tem ainda que conviver com a crise financeira da Jaguar.

Pizzonia, 22, foi confirmado em novembro como piloto da equipe para 2003, e há duas semanas dedica-se integralmente aos testes. Mas o corte de cerca de 70 funcionários por causa de uma restruturação deixou sequelas até mesmo nos boxes.

"A equipe está passando por problemas, mudanças. A atmosfera não está muito boa, imagina ser mandado embora às vésperas do Natal", disse Pizzonia.

"Quem foi embora dificilmente vai arranjar agora outro lugar, porque todas as equipes já fecharam seus quadros, mas quem continua vai ficar mais relaxado", completou.

O primeiro a deixar a equipe, na semana passada, foi o chefe Niki Lauda, responsável pela ida de Pizzonia para a Jaguar. "Os primeiros contatos aconteceram em julho de 2002, quando o meu empresário falou com Niki Lauda. Fiz um teste só e as portas se abriram", disse o piloto, explicando que nem teve tempo para conversar muito com o austríaco.

Pizzonia teve um batismo turbulento na Jaguar -em menos de uma semana, ele sofreu dois acidentes nos treinos em Barcelona.

No primeiro, na quinta-feira passada, destruiu um Jaguar S-Type de 70 mil dólares ao capotar com ele. Cinco dias depois, na terça, bateu contra a proteção de pneus com o carro que estava testando.

"No primeiro cometi um erro. Como o carro é de rua, falaram para eu não passar na zebra, mas acabei passando e o pneu estourou no final da reta", explicou. "No outro, um dos aquecedores dos pneus não funcionou, e quando fiz a curva o carro escapou."

Campeão da F-Renault e da F3 inglesas, Pizzonia foi piloto de testes da Williams em 2002, equipe que o "emprestou" à Jaguar, mas ainda tem muito com o que se acostumar.

Do calendário da Fórmula 1, ele não conhece nenhuma pista de fora da Europa, e logo na sua estréia será colocado à prova, pois a primeira corrida será na Austrália.

"Não conheço as pistas de fora da Europa, a não ser o Brasil. No começo vai ser complicado, mas é preciso encarar. Só vou poder sentir mesmo quando estiver lá, mas sei que para a primeira corrida vai ter uma ansiedade muito grande", disse.

Até lá, Pizzonia quer se dedicar somente ao desenvolvimento do R3C e tenta não pensar na temporada para poder manter a concentração total.

"É muito cedo para falar do carro, para ter um objetivo, até porque não sabemos das outras equipes. Ainda falta ajeitar muita coisa, o carro não está pronto", explicou.

O brasileiro será companheiro de equipe do australiano Mark Webber, e, quando foi anunciado oficialmente como piloto da equipe, Lauda afirmou que eles teriam total liberdade para brigar na pista. Mas o "Jungle Boy", como é conhecido o piloto nascido no Amazonas, ainda não está preocupado com isso.

"Já fiz teste junto com o Webber, e ele pareceu super gente boa. Não sei como vão ser as disputas na pista. No momento tem tanta coisa com que a gente se preocupar."

Pizzonia ainda está sob contrato com a Williams, e pretende usar a oportunidade de ter sido emprestado para a Jaguar para aprender e então disputar uma temporada pela equipe que tem agora Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya como pilotos.

"Quero aprender o máximo possível. Tenho um contrato longo com a Williams, mas devo passar dois ou três anos na Jaguar e terminar o contrato com eles lá", explicou.

Apesar de tudo que ainda tem que aprender, ele dispensa conselhos dos outros brasileiros mais experientes na Fórmula 1 -Rubens Barrichello, Felipe Massa e Enrique Bernoldi.

"Não falei com o Barrichello, não tive contato. Conheço os brasileiros só de conversar, mas nem é de automobilismo. Acho que conselho não rola, se conselho fosse bom...", afirmou Pizzonia, lembrando o ditado popular.

com Reuters

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