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31/12/2002 - 08h00

São Silvestre "empobrece" e perde estrelas

da Folha de S.Paulo

Ela já foi glamourosa, rica, prestigiada e concorrida. Mas hoje, quando dá a largada para sua 78ª edição, a São Silvestre encontrará um cenário totalmente diferente do que a consagrou como a mais famosa prova de rua do país.

Uma premiação ligeiramente desvalorizada no cenário internacional por causa da alta do dólar, a falta de ex-campeão na prova masculina e o fato de vários atletas estarem fora de suas formas físicas ideais são alguns dos problemas enfrentados pela edição deste ano da competição.

Os vencedores, tanto na prova masculina quanto na feminina, levará para casa casa R$ 17 mil, equivalente a US$ 4.802. Ano passado, o campeão embolsava R$ 12 mil. Como o dólar estava cotado a R$ 2,30, porém, o prêmio equivalia a US$ 5.217. A premiação em dólar diminuiu em 8,6%.

Além disso, a organização decidiu ratificar uma decisão do ano passado e não pagou cachês aos atletas estrangeiros. A redução nas despesas com hospedagem oficializada em 2001 também foi mantida. Antes do último ano, 70 corredores recebiam o benefício de estadia gratuita. Em 2001 foram 30, 20 nacionais e 10 estrangeiros (que estiveram representando oficialmente seus países). A fórmula segue igual este ano.

Com as desistências de Émerson Iser Bem, último brasileiro a triunfar no evento, em 1997, Ronaldo da Costa, vencedor em 1994, e do etíope Tesfaye Jifar, dono do título, a São Silvestre masculina terá pela primeira vez pelo menos nos últimos 20 anos uma largada sem nenhum campeão.

"Estão dando mais importância a quem não veio do que a quem veio. É só ver o currículo dos estrangeiros que trouxemos para ver que qualquer um deles pode ganhar", argumenta Júlio Deodoro, coordenador-geral da prova.

"O caso do [Émerson] Iser Bem também mostra que os brasileiros têm chance de vencer a prova. Poderia ter trazido mais 20 quenianos e sei que terminariam a prova em posições intercaladas com os brasileiros", conclui o dirigente.

E alguns destaques da prova não estão no ápice da forma física.
É o caso do queniano Felix Limo, apontado como principal favorito ao título. O atleta reclama de dores nas costas que surgiram após uma corrida em Doha, no Catar, disputada no início do mês.

"Minha condição física é uma incógnita. Só vou saber se já estou curado e pronto para vencer durante a prova", disse o queniano.

Os brasileiros também chegam à corrida de amanhã muito aquém de suas melhores condições.

Vanderlei Cordeiro de Lima queixou-se de não ter se recuperado do desgaste de ter participado da meia-maratona de Milão, na Itália, no início do mês.

"Para estar 100% fisicamente bem, teria de ter corrido a meia-maratona com uma antecedência de 45 dias com relação à São Silvestre. Aí, descansaria cinco e treinaria 40. Mas como meu organismo reagiu bem, esta semana decidi correr."

"Mas a parte internacional está mais fácil em comparação com os anos passados", analisa Lima.

A largada da prova masculina está programada para às 17h.

A situação não é diferente na prova feminina. Maria Zeferina Balldaia, campeã em 2001 e que normalmente seria apontada como favorita, definiu sua participação apenas na sexta-feira. Sem ritmo por ter ficado parada por causa de contusão, reconhece não estar nas melhores condições.

O brasiliense Marílson dos Santos, que afirma não ter feito preparação específica para a prova, sofreu lesão no tendão de Aquiles há mais ou menos uma semana.

Leia mais: no especial da São Silvestre
 

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