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07/01/2003
-
08h19
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Folha de S.Paulo
Mesmo tendo começado a receber as verbas das loterias, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) anunciou que terminou o exercício de 2001 com prejuízo. O déficit, segundo balanço publicado pela entidade, foi de R$ 165.230.
No ano anterior, quando foram disputados os Jogos de Sydney, mas o COB ainda não se beneficiava dos recursos advindos das loterias, houve um superávit no exercício de R$ 1.174.623.
"O problema é que em 2001 não houve competições importantes. O primeiro ano após a Olimpíada é mais difícil por causa da falta de patrocínios", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.
Idealizado pelo deputado Agnelo Queiroz (PC do B-DF), atual ministro do Esporte, e pelo senador Pedro Piva (PSDB-SP), o projeto que destinava 2% da arrecadação das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal) para o esporte foi sancionado por Fernando Henrique em 16 de julho de 2001.
Ficou determinado que 85% do total arrecadado para os esportes seria repassado ao COB -os outros 15% ficariam com o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).
A pretexto de administrar o dinheiro e cobrir gastos operacionais, o COB tem o direito de ficar com 30% da verba obtida graças à Lei Piva. Outros 10% são destinados a um fundo de reserva para despesas diversas das confederações olímpicas e do comitê.
O restante é dividido entre as confederações, que recebem recursos de acordo com a representatividade de cada esporte.
De acordo com o COB, o Fundo Olímpico Brasileiro, formado em 2001 com recursos das loterias, teve receitas de R$ 5.259.037. Como os custos teriam sido de R$ 4.605.889, o superávit do fundo chegou a R$ 653.148.
Somados aos R$ 3.055.874 que a entidade diz ter lucrado com os projetos, os recursos do fundo foram, segundo o COB, inferiores às despesas operacionais -com pessoal, administrativas e gerais-, o que resultou no prejuízo de 2001. "Mas não ficamos devendo a ninguém. Tínhamos recursos bancários para cobrir essas despesas", disse Nuzman.
Segundo a Caixa, cerca de R$ 15 milhões foram repassados aos esportes olímpicos no segundo semestre do ano retrasado.
Por causa desses recursos, o balanço patrimonial do COB apresenta alta variação quando comparados os anos de 2000 e 2001.
No ano dos Jogos de Sydney, o comitê tinha em caixa e disponível em bancos R$ 599.174. Em 2001, o valor subiu para R$ 4.808.570. As aplicações financeiras também cresceram. Foram de R$ 482.627 para R$ 12.633.463.
A explicação do COB é que, apesar de ter começado a receber as verbas das loterias em 2001, os recursos só começaram a ser transferidos da entidade para as 27 confederações no ano seguinte.
"Esperamos a instrução normativa do TCU [Tribunal de Contas da União] para sabermos como iríamos prestar contas desse recurso e como o dinheiro seria fiscalizado", contou Nuzman.
As obrigações de repasse às confederações, incluindo verbas vindas com a Lei Piva, totalizaram, em 2001, R$ 12.271.088.
Mesmo com Lei Piva, COB tem prejuízo
ADALBERTO LEISTER FILHOJOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Folha de S.Paulo
Mesmo tendo começado a receber as verbas das loterias, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) anunciou que terminou o exercício de 2001 com prejuízo. O déficit, segundo balanço publicado pela entidade, foi de R$ 165.230.
No ano anterior, quando foram disputados os Jogos de Sydney, mas o COB ainda não se beneficiava dos recursos advindos das loterias, houve um superávit no exercício de R$ 1.174.623.
"O problema é que em 2001 não houve competições importantes. O primeiro ano após a Olimpíada é mais difícil por causa da falta de patrocínios", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.
Idealizado pelo deputado Agnelo Queiroz (PC do B-DF), atual ministro do Esporte, e pelo senador Pedro Piva (PSDB-SP), o projeto que destinava 2% da arrecadação das loterias da CEF (Caixa Econômica Federal) para o esporte foi sancionado por Fernando Henrique em 16 de julho de 2001.
Ficou determinado que 85% do total arrecadado para os esportes seria repassado ao COB -os outros 15% ficariam com o CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro).
A pretexto de administrar o dinheiro e cobrir gastos operacionais, o COB tem o direito de ficar com 30% da verba obtida graças à Lei Piva. Outros 10% são destinados a um fundo de reserva para despesas diversas das confederações olímpicas e do comitê.
O restante é dividido entre as confederações, que recebem recursos de acordo com a representatividade de cada esporte.
De acordo com o COB, o Fundo Olímpico Brasileiro, formado em 2001 com recursos das loterias, teve receitas de R$ 5.259.037. Como os custos teriam sido de R$ 4.605.889, o superávit do fundo chegou a R$ 653.148.
Somados aos R$ 3.055.874 que a entidade diz ter lucrado com os projetos, os recursos do fundo foram, segundo o COB, inferiores às despesas operacionais -com pessoal, administrativas e gerais-, o que resultou no prejuízo de 2001. "Mas não ficamos devendo a ninguém. Tínhamos recursos bancários para cobrir essas despesas", disse Nuzman.
Segundo a Caixa, cerca de R$ 15 milhões foram repassados aos esportes olímpicos no segundo semestre do ano retrasado.
Por causa desses recursos, o balanço patrimonial do COB apresenta alta variação quando comparados os anos de 2000 e 2001.
No ano dos Jogos de Sydney, o comitê tinha em caixa e disponível em bancos R$ 599.174. Em 2001, o valor subiu para R$ 4.808.570. As aplicações financeiras também cresceram. Foram de R$ 482.627 para R$ 12.633.463.
A explicação do COB é que, apesar de ter começado a receber as verbas das loterias em 2001, os recursos só começaram a ser transferidos da entidade para as 27 confederações no ano seguinte.
"Esperamos a instrução normativa do TCU [Tribunal de Contas da União] para sabermos como iríamos prestar contas desse recurso e como o dinheiro seria fiscalizado", contou Nuzman.
As obrigações de repasse às confederações, incluindo verbas vindas com a Lei Piva, totalizaram, em 2001, R$ 12.271.088.
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