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12/01/2003
-
09h31
da Folha de S.Paulo
O ex-campeão Gabe Ruelas, 32, próximo adversário do brasileiro Acelino Freitas, o Popó, 27, ganhou notoriedade após causar a morte de um de seus desafiantes, o colombiano Jimmy Garcia.
O brasileiro defende os cinturões da Associação Mundial de Boxe e da Organização Mundial de Boxe, contra Ruelas, em local a ser definido, no dia 15 de março. A luta foi aprovada pela rede americana de TV a cabo Showtime.
"Ele [Jimmy Garcia] é só mais um nome em meu cartel", afirmou Ruelas, ao ser questionado sobre o impacto que a morte de Garcia teve em sua carreira.
A afirmação do pugilista mexicano baseado nos EUA, porém, contrasta com os relatos publicados em revistas especializadas.
Em 6 de maio de 1995, Ruelas castigou duramente Garcia durante 11 assaltos em defesa do título dos superpenas do Conselho Mundial de Boxe. Segundo a assessora de imprensa Divena Freeman, já morta, que trabalhou naquela programação, quando o colombiano retornava a seu córner, que era comandado por seu próprio pai, afirmava que queria parar. Era orientado a prosseguir.
Após a paralisação da luta pelo árbitro, Garcia desmaiou, entrou em coma e morreu após 13 dias.
O caso ganhou espaço na mídia dos EUA. O treinador de Ruelas, Dan Goosen, disse que todas as entrevistas a partir do episódio passaram a ser sobre Garcia.
Apesar de anualmente o esporte registrar cerca de duas ou três mortes decorrentes de ferimentos em lutas, é menos comum isso ocorrer em disputas de título.
O episódio fez com que o mexicano passasse a ser comparado aos ex-campeões Emille Griffith e Ray Mancini, que protagonizaram dois dos mais célebres episódios de morte de desafiantes.
Em sua primeira apresentação depois da tragédia, Ruelas perdeu para Azumah Nelson, em dezembro daquele ano. Durante a luta, o mexicano demonstrou apatia.
Publicações relataram que, após o combate, Ruelas afirmou que não via Nelson no ringue, mas Garcia. Também disse que "sua cabeça não estava no combate".
Ruelas pareceu não se recuperar do episódio. Depois, perdeu em um desafio pelo título superpena da Federação Internacional de Boxe para Arturo Gatti. Também foi derrotado pelo futuro desafiante ao título John Brown e pelo desconhecido Manuel Garnica. Passou o ano de 2000 inativo.
Há alguns anos, Ruelas atendeu ligação da reportagem da Folha, que buscava comentários sobre a morte de um outro pugilista. Ao tomar conhecimento do tema da entrevista, Ruelas bateu o telefone. Um funcionário da America Presents, firma que o promovia, alertou que isso poderia ocorrer.
Ruelas retornou ao ringue em 2001 e desde então conseguiu três vitórias. Ele tem cartel de 49 vitórias, 26 nocautes e 6 derrotas.
Próximo adversário de Popó já matou um
EDUARDO OHATAda Folha de S.Paulo
O ex-campeão Gabe Ruelas, 32, próximo adversário do brasileiro Acelino Freitas, o Popó, 27, ganhou notoriedade após causar a morte de um de seus desafiantes, o colombiano Jimmy Garcia.
O brasileiro defende os cinturões da Associação Mundial de Boxe e da Organização Mundial de Boxe, contra Ruelas, em local a ser definido, no dia 15 de março. A luta foi aprovada pela rede americana de TV a cabo Showtime.
"Ele [Jimmy Garcia] é só mais um nome em meu cartel", afirmou Ruelas, ao ser questionado sobre o impacto que a morte de Garcia teve em sua carreira.
A afirmação do pugilista mexicano baseado nos EUA, porém, contrasta com os relatos publicados em revistas especializadas.
Em 6 de maio de 1995, Ruelas castigou duramente Garcia durante 11 assaltos em defesa do título dos superpenas do Conselho Mundial de Boxe. Segundo a assessora de imprensa Divena Freeman, já morta, que trabalhou naquela programação, quando o colombiano retornava a seu córner, que era comandado por seu próprio pai, afirmava que queria parar. Era orientado a prosseguir.
Após a paralisação da luta pelo árbitro, Garcia desmaiou, entrou em coma e morreu após 13 dias.
O caso ganhou espaço na mídia dos EUA. O treinador de Ruelas, Dan Goosen, disse que todas as entrevistas a partir do episódio passaram a ser sobre Garcia.
Apesar de anualmente o esporte registrar cerca de duas ou três mortes decorrentes de ferimentos em lutas, é menos comum isso ocorrer em disputas de título.
O episódio fez com que o mexicano passasse a ser comparado aos ex-campeões Emille Griffith e Ray Mancini, que protagonizaram dois dos mais célebres episódios de morte de desafiantes.
Em sua primeira apresentação depois da tragédia, Ruelas perdeu para Azumah Nelson, em dezembro daquele ano. Durante a luta, o mexicano demonstrou apatia.
Publicações relataram que, após o combate, Ruelas afirmou que não via Nelson no ringue, mas Garcia. Também disse que "sua cabeça não estava no combate".
Ruelas pareceu não se recuperar do episódio. Depois, perdeu em um desafio pelo título superpena da Federação Internacional de Boxe para Arturo Gatti. Também foi derrotado pelo futuro desafiante ao título John Brown e pelo desconhecido Manuel Garnica. Passou o ano de 2000 inativo.
Há alguns anos, Ruelas atendeu ligação da reportagem da Folha, que buscava comentários sobre a morte de um outro pugilista. Ao tomar conhecimento do tema da entrevista, Ruelas bateu o telefone. Um funcionário da America Presents, firma que o promovia, alertou que isso poderia ocorrer.
Ruelas retornou ao ringue em 2001 e desde então conseguiu três vitórias. Ele tem cartel de 49 vitórias, 26 nocautes e 6 derrotas.
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