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11/02/2003
-
08h05
enviado especial da Folha a Guangzhou (China)
A primeira visita da seleção brasileira ao país mais populoso do mundo começou com gafes, adoração explícita a Ronaldo e uma das recepções mais esdrúxulas que o time já recebeu em suas excursões pelo planeta.
O episódio mais bizarro aconteceu na entrevista concedida por Zagallo aos chineses -ele foi o único da delegação a falar com os repórteres asiáticos.
Exausto, com cara de sono e um raro mau humor, o veterano coordenador teve que aguentar um tradutor que cometeu uma série de equívocos até ser substituído por gente da platéia que dominava os dois idiomas.
Antes, o pobre tradutor perguntou a Zagallo qual competição era a Copa do Mundo, confundiu Argentina com França e não foi capaz de ser fiel às palavras do brasileiro em simplesmente nenhuma oportunidade.
Quando o coordenador declarou que estava muito satisfeito de estar na China, por exemplo, a tradução foi que Zagallo achava a China muito bonita.
Depois do vexame, envergonhado, o tradutor saiu correndo do auditório em que aconteceu a entrevista. Antes, o homem com traços orientais e português tosco afirmou que se chamava João, que trabalhava para empresas brasileiras na região e recusou-se a apontar quem o havia convidado para a fracassada empreitada de hoje.
Depois foi a vez do hotel que hospeda a seleção, que colocou vários seguranças no acesso ao andar que ocupa a delegação, apresentar uma festa de recepção de gosto bastante duvidoso.
Instalado em uma grande área que tem até um zoológico, o estabelecimento, um dos patrocinadores do amistoso de amanhã, não economizou em recursos cênicos e na presença de animais, que também enfeitam, com flamingos rosados e tigres, os jardins internos do hotel, o mais luxuoso de Guangzhou.
Todos os jogadores da seleção subiram uma escada adornada por um imenso tapete vermelho. Isso em meio a um "corredor polonês" formado por chineses fantasiados de índios que batucavam instrumentos de percussão.
Para aumentar o clima de "floresta", dois elefantes e um enorme tigre ajudavam a recepcionar os pentacampeões.
Os animais, entretanto, sofreram quando a estrela mais famosa da companhia brasileira começou a subir as escadas.
Enquanto os demais jogadores, puxados pelo lateral Cafu, tinham certa tranquilidade, o atacante Ronaldo, trajando camiseta e boné, foi cercado por dezenas de fãs, de câmeras de televisão e um séquito de seguranças.
Na confusão, o tigre se assustou e por muito pouco não derrubou a espantada domadora.
Ainda no aeroporto, a presença dos astros brasileiros também causou confusão.
Preocupados mais com autógrafos do que com a organização da chegada da seleção brasileira, policiais chineses chegaram a brigar com cinegrafistas e fotógrafos que tentavam furar o bloqueio da segurança.
A seleção já teve outras recepções inusitadas, como em 2000, quando jogou na Tailândia, e no ano passado, quando fez jogo amistoso na Malásia.
Gafes e exotismo marcam a chegada da seleção na China
PAULO COBOSenviado especial da Folha a Guangzhou (China)
A primeira visita da seleção brasileira ao país mais populoso do mundo começou com gafes, adoração explícita a Ronaldo e uma das recepções mais esdrúxulas que o time já recebeu em suas excursões pelo planeta.
O episódio mais bizarro aconteceu na entrevista concedida por Zagallo aos chineses -ele foi o único da delegação a falar com os repórteres asiáticos.
Exausto, com cara de sono e um raro mau humor, o veterano coordenador teve que aguentar um tradutor que cometeu uma série de equívocos até ser substituído por gente da platéia que dominava os dois idiomas.
Antes, o pobre tradutor perguntou a Zagallo qual competição era a Copa do Mundo, confundiu Argentina com França e não foi capaz de ser fiel às palavras do brasileiro em simplesmente nenhuma oportunidade.
Quando o coordenador declarou que estava muito satisfeito de estar na China, por exemplo, a tradução foi que Zagallo achava a China muito bonita.
Depois do vexame, envergonhado, o tradutor saiu correndo do auditório em que aconteceu a entrevista. Antes, o homem com traços orientais e português tosco afirmou que se chamava João, que trabalhava para empresas brasileiras na região e recusou-se a apontar quem o havia convidado para a fracassada empreitada de hoje.
Depois foi a vez do hotel que hospeda a seleção, que colocou vários seguranças no acesso ao andar que ocupa a delegação, apresentar uma festa de recepção de gosto bastante duvidoso.
Instalado em uma grande área que tem até um zoológico, o estabelecimento, um dos patrocinadores do amistoso de amanhã, não economizou em recursos cênicos e na presença de animais, que também enfeitam, com flamingos rosados e tigres, os jardins internos do hotel, o mais luxuoso de Guangzhou.
Todos os jogadores da seleção subiram uma escada adornada por um imenso tapete vermelho. Isso em meio a um "corredor polonês" formado por chineses fantasiados de índios que batucavam instrumentos de percussão.
Para aumentar o clima de "floresta", dois elefantes e um enorme tigre ajudavam a recepcionar os pentacampeões.
Os animais, entretanto, sofreram quando a estrela mais famosa da companhia brasileira começou a subir as escadas.
Enquanto os demais jogadores, puxados pelo lateral Cafu, tinham certa tranquilidade, o atacante Ronaldo, trajando camiseta e boné, foi cercado por dezenas de fãs, de câmeras de televisão e um séquito de seguranças.
Na confusão, o tigre se assustou e por muito pouco não derrubou a espantada domadora.
Ainda no aeroporto, a presença dos astros brasileiros também causou confusão.
Preocupados mais com autógrafos do que com a organização da chegada da seleção brasileira, policiais chineses chegaram a brigar com cinegrafistas e fotógrafos que tentavam furar o bloqueio da segurança.
A seleção já teve outras recepções inusitadas, como em 2000, quando jogou na Tailândia, e no ano passado, quando fez jogo amistoso na Malásia.
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