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15/02/2003 - 21h10

Semifinalista do Brasileiro-02, Fluminense segue em crise financeira

da Folha de S.Paulo, no Rio

Destaque do futebol carioca desde 2000, quando voltou à elite do Nacional, o Fluminense conseguiu reverter a má fase no campo, mas amarga um prejuízo que ultrapassa os R$ 100 milhões, se forem levadas em consideração as dívidas com o governo.

Depois de conhecer o inferno ao ser rebaixado para a terceira divisão, nos anos 90, o Fluminense, que chegou às semifinais do Brasileiro do ano passado e foi eliminado pelo Corinthians, é o time que mais pontos somou em Brasileiros desde 2000, além de ter conquistado o último Estadual.

Como se não bastasse o bom retrospecto, o clube voltou a formar bons jogadores. Pouco mais de um ano após se desfazer do meia Roger, do Benfica, e do lateral Paulo César, do Paris Saint-Germain, o time já mostrou que tem dois atletas promissores: o meia Carlos Alberto, destaque da seleção sub-20, e o atacante Fábio Bala, artilheiro do Estadual.

Mesmo com o sucesso dentro de campo, a diretoria do clube surpreendeu ao divulgar na quinta-feira que em 2002 amargou o seu maior prejuízo da história. O Fluminense fechou o exercício do ano passado com déficit de R$ 22.458.409,00. No total, o clube declarou um prejuízo de R$ 79 milhões, que, se somados às dívidas com o governo, pode chegar próximo dos R$ 120 milhões.

O futebol foi o responsável pelo maior gasto do clube em 2002. Para bancar Romário e seus companheiros, a diretoria declarou ter gasto R$ 33.558.942,00.

Apesar das cifras milionárias, o Fluminense não conseguiu pagar os jogadores em dia.

Os atacantes Roni e Magno Alves deixaram o clube no início do ano por causa de atrasos nos salários. Os dois ficaram nove meses sem receber direitos de imagem.

Mesmo com os salários atrasados e com o caixa no vermelho, o atacante Romário era o único que recebia em dia no clube.

Para jogar em 2002 pelo tricolor carioca, ele recebeu cerca de R$ 900 mil até o final do ano.

Com a contratação do atacante e do meia Beto, que já deixou o clube, a diretoria usou os R$ 200 mil mensais que recebe da patrocinadora, a Unimed, para pagar o salários de ambos.

No futebol do Rio, o cenário é o mesmo para os outros clubes grandes. O Flamengo, que também divulgou o seu balanço, está em situação mais delicada. Embora tenha declarado um prejuízo acumulado de R$ 113.209.672,00, o buraco financeiro pode ultrapassar os R$ 200 milhões, se forem computadas as dívidas com o governo, de R$ 118 milhões.

O Botafogo e o Vasco também estão com graves problemas. Mesmo assim, os clubes não tornaram os seus balanços públicos, conforme determina a MP-79.

Os dirigentes do Botafogo alegaram que não conseguiram declarar as suas movimentações financeiras por causa de um problema interno no clube. Segundo a atual diretoria, os livros contábeis do Botafogo de 1997 até 2002 foram levados pelos ex-dirigentes. Mesmo assim, o presidente Bebeto de Freitas disse que vai publicar os seus balanços.

Já o Vasco não editou as suas contas, como prevê a MP. O presidente Eurico Miranda já declarou que não vai se submeter à determinação do governo.
 

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